P E L E G O

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Falar a verdade é preciso ter coragem, ser livre, não ser subserviente, oportunista e puxa-saco.Sejamos sempre verdadeiros e sem as máscaras da hipocrisia.Amemos a verdade, porque somente a verdade pode nos libertar.

Ademar Marques Marinho

O termo pelego quer dizer em sentido próprio que é a pele de carneiro e ou de ovelha, tal qual a conhecemos e concebemos na Língua Portuguesa, pelo senso comum e ou científico. Então assim sendo, pelego significa justamente a lã que cobre ou reveste o corpo da ovelha, bem como é ainda usada para servir de manta e ou forro do lombilho e ou selim de uma montaria a cavalo, jumento, boi, etc. Por outro lado, na gíria popular, na popular "Universidade do Guarany", localizado à Praça João Pessoa, no Centro de Santa Rita/PB, por exemplo, isso significa dizer na gíria política que fulano de tal é pelego, quando se refere ao “chefe” sindical e ou ao político sem prestigio e que vive a carregar fuxicos para promover-se e arranjar a desgraça para os seus adversários e ou concorrentes. É o cara que quer tudo para si e nada para o povo que ele jura defender em tempo de política em suas falas, tendo em vista que nunca tem uma só fala. Mente para danado e nada resolve em favor do povo, continuo sendo sempre pobre de espírito e de dinheiro também, além de pensar pouco tendo em vista que lê pouco e tem fraca reflexão antes de tomar suas decisões pessoais, sindicais e políticas, seja partidária e ou não. É na realidade um pelego. É um “líder” pelego, oportunista e que sempre entra em conchavos políticos, desde que tenha vantagens pessoais para si e para sua família. Aqui no Brasil, nos tempos em que ser comunista era ter ideologia, se distinguiram entre nós, os pelegos tidos como vermelhos, do partidão que conspiravam em favor do Partido Comunista. Tinha também os pelegos amarelos que lutavam e atuavam no sentido de defender os interesses do Ministério do Trabalho, e por fim também existiram entre nós os pelegos azuis que defendiam o jogo das lideranças patronais nacionais. E por analogia, citamos o pensamento do Presidente Getúlio Vargas, quando afirma: “É mais difícil tratar com um burro de má fé do que com um homem inteligente também de má fé”, portanto, é esse o perfil do pelego e do oportunista, tendo em vista que ambos se transformam em um só indivíduo.

O pelego que conhecemos é um oportunista de mãos cheias. Em falando sobre oportunismo é salutar analisarmos a origem desse termo, pois, assim sendo, entendemos que o termo “oportunismo” tem origem latina “opportunus”, constituído de “op” mais “portus”, significando o que se encontra diante do porto, do óbvio, do cômodo, do conveniente. Assim sendo, em se referindo a ser bom e ou a bondade, e ou no bom sentido da palavra, esse tipo de indivíduo sabe aproveitar dentro do seu senso realista da melhorar maneira possível todas as situações concretas que se lhes apresentem. Nunca perde uma oportunidade para faturar em favor de seus interesses pessoais. Assim é oportuno invocar o pensamento de Tito Lívio, ao enfocar que “a experiência é a mestra dos imbecis”. O cara é mesmo oportunista e aproveita o momento de quem se encontra em torno de si e tem alguma coisa para lhe presentear, seja o presente da situação e ou o presente da oposição, ele sempre quer é levar vantagens. Claro! Isso bom sentido do termo pelego usando o oportunismo instantâneo do momento. Por outro lado, no mau sentido do ser pelego e oportunista, que é sem sombra de dúvida o mais corrente e mais existencial ainda em pleno século XXI em todos os setores da representatividade envolvendo empregados e patrões. É isso mesmo, tendo em vista que denota uma habilidade específica para transformar todas as situações momentâneas em oportunidades únicas favoráveis aos seus interesses pessoais, individuais e familiares, sem levar em conta as mínimas exigências da concorrência para consigo mesmo, deixando de lado princípios éticos e morais. Ele quer tirar vantagem em todas as suas negociatas, venha de onde vier dinheiro e ou favores os mais diversos possíveis. Esse tipo de política leva inevitavelmente a transigir com os interesses da classe dominante, levando à acomodação as circunstâncias existenciais em cada momento de suas negociatas presentes e ou futuras. Gente, veja o que Filipe de Sousa nos ensina que “não teríamos a política que temos hoje se não fossem os oportunistas que se escondem por detrás dela”. É ora de chamar o feito a ordem e o povão fazer uma reflexão sobre o ser e o não pelego e oportunista no Brasil.

O pelego é um oportunista nato, tendo em vista que ele muda ou parece mudar em suas convicções a bel prazer e ou ao sabor dos próprios acontecimentos, é um visionário cheio de chavões e proselitismo que somente ele entende sua “fala”, vive sempre procurando tirar vantagem pessoal, não larga desse objetivo de maneira alguma, por dinheiro é capaz de vender a alma para o Diabo, pois, tudo depende do tipo de adesão imediata a aqueles que estão na condição e ou posição de comando, lida com poder, prestigio e dinheiro. Ser pelego e oportunista, os dois termos sempre estão juntos para qualificar esse tipo de liderança, representa uma atitude imoral e condenável, muito próxima da duplicidade e nos revela que tem tudo a haver com o indivíduo de caráter duvidoso e ou mal formado em seu nascimento. Ser oportunista e pelego, ambos são termos podem qualificar indivíduos em qualquer atividade e ou área do conhecimento e do trabalho humano, seja da situação e ou da oposição política, religiosa, sindical, profissional, etc., e até porque Voltaire nos ensina que “para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras”, o que condenamos é ser pelego e oportunista profissional.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 05/04/2015
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