BUCHICHOS AQUI... BUCHICHOS ALI

Nas últimas semanas a sociedade brasileira não se mostrou apenas conservadora. Ela é também hipócrita no sentido amplo da palavra. De repente, acordamos diante de uma ficção, e descobrimos que o glamour das passarelas se divide com garotas e garotos de programas. E foi um buchicho daqueles.

A realidade se escancarou de vez, quando donos de agências disseram sim ao que a ficção mostrou. Algumas modelos famosas confirmaram ofertas de até 160 mil reais. E certamente essa “prostituição de luxo”, não pode ser chamada de submundo.

No submundo vivem as prostitutas de esquinas lutando para ganhar 20 reais por programa. Mesmo assim todas estão ganhando seu dinheiro honestamente. Sem roubar ninguém. E não precisam dar satisfação aos hipócritas. A hipocrisia é a pior espécie de prostituição.

Um dos pilares do capitalismo é a oferta e procura. Quando a procura cresce, a oferta segue o mesmo caminho. Entre as reportagens sobre os “books rosa”, outra me chamou atenção. Com o dinheiro da corrupção da Petrobras pagou-se até garotas de programas.

Podem apostar que nossos políticos escolheram as melhores, com as melhores ofertas. Nenhuma que estava na esquina foi chamada. Afinal, eles não estavam pagando os programas com o dinheiro deles. Era com o nosso dinheiro. É com esse submundo politico que deveríamos nos preocupar. A hipocrisia nasce nele.

E têm outros buchichos aumentando. A percepção política de um impeachment da presidente Dilma aumenta a cada dia. Agora isso deixou de ser coisa da oposição. Já são bochichos de “aliados”.

Reportagem do jornal “A Folha de São Paulo”, diz que o presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha, teria se reunido com Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

O assunto foi o cenário politico atual do Brasil. Não é preciso muita inteligência para saber que em qualquer cenário, o impeachment aparece com mais força como uma possibilidade. Os verdadeiros golpistas podem estar na base aliada do governo.

Sempre gosto de fazer uma analogia. O que Collor de Mello fez para ser tirado do poder em 1992 foi brincadeira de jardim de infância, perto do que o Partido dos trabalhadores está fazendo agora.

Fica a incógnita sobre pior dos cenários nos próximos três anos. A continuação do governo fraco e moribundo de Dilma Rousseff, ou Eduardo Cunha assumindo o poder de vez. Governando ele já está.