Lapsos sobre medo, solidão e a pergunta que nunca cala.

"Olá, tudo bem? Você tem medo da solidão?"

Segundo a psicologia, medo é o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência.

Temor, ansiedade irracional ou fundamentada, receio, ou o que alguns chamam de: covardia.

“O que entende-se por coragem?”

O medo nos priva sim, de muitas coisas. Nos impede de arriscar, mas ao mesmo tempo, é ele que nos mantém vivos.

“Eu não tenho medo da morte.”

Alguns são cuidadosos no trânsito, outros com a alimentação, alguns cuidam de ambos, cuidam de mais.

Cuidam de tudo. Cuidam da VIDA.

“Eu tenho medo de ter medo.”

Solidão aparece como: o estado de quem está só.

Estar só, sentir-se só. Optar pelo isolamento. Ser isolado.

Necessidade ou consequência?

Todo indivíduo é exclusivamente solitário. Nascemos e morremos sozinhos. Não existe você e a sua consciência, você é a sua consciência.

“Mas eu não consigo me sentir bem em ficar/estar sozinho.”

-Tudo bem contigo? -Tudo bem? -Está tudo bem?

Quem foi que inventou essa pergunta superficial?

A pergunta que nunca cala.

Há quem diga que estar bem é estar certo. Há quem diga que é melhor estar em paz do que estar certo.

Então estar bem seria estar em paz.

(A razão existe quando descobrimos que não precisamos estar com a razão/certeza de tudo.)

Há quem diga que tudo isso não passa de bobagem.

Há quem não diga nada, pois prefere a solidão.

Há quem teme a solidão.

Há quem tenha medo de falar sobre estar(ou não!) tudo bem.

E há os loucos.

-Mas então, está tudo bem?

Se a resposta for sim, se a resposta for não, qual a pergunta a seguir?

Pouca importa as respostas, pois o mundo move-se apenas pelas perguntas.

-Tudo bem?

-Tudo.

Como pronome indefinido, TUDO define-se como a universalidade de coisas e pessoas.

Tudo também é infinito, pois define tudo.

Do lado avesso, tudo é nada. Mas NADA é incrivelmente cheia. De definições.

Nada é muito amplo. Tanto quanto tudo.

Pode ser que, do nada, surgiu o universo, também sinônimo de tudo.

Tudo e nada andam juntos.

Ambos existem porque ambos existem.

Como tudo na vida.

Abstratamente falando.

Sentimentalmente falando.

Sensorialmente falando.

Tudo bem?

Eu tenho medo de enlouquecer. Ou de não conseguir aceitar a loucura.

De não estar bem. De estar bem e não saber.

"Eu não tenho medo de nada, eu tenho medo de tudo."

"Eu não tenho medo de tudo, eu tenho medo é DE NADA."

Taie
Enviado por Taie em 23/11/2015
Código do texto: T5457747
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