A Importância do Humor = Artigo Com Humor, é claro.

Desde que me entendo por gente, lá pelo fim do ano passado, sempre foi minha opinião que o Humor é importantíssimo na vida de todos nós.
Importante, mal compreendido, e só agora, bem mais tarde do que devia, começando a ser estudado por cientistas sérios, empenhados em descobrir tudo a respeito dele: estão fazendo voluntários rirem, gargalharem, sorrirem, darem curtas risadinhas, para que possam estudar as reações cerebrais produzidas por esse gostoso estado de ânimo.
Lendo o último número de “Seleções” (que, cá pra nós, às vezes tem um humor que dá vontade de chorar de chorar e não de rir),  quase todo dedicado ao "Humor" e que finaliza suas reportagens com uma mãe que descobriu os assassinos de seus filhos (assunto bem pertinente, aliás...), fiquei sabendo que quando a pessoa ri bastante o efeito imediato é um acentuado aumento da inteligência. (O que me leva a pensar, amargurado: de que foi que adiantou eu rir tanto em toda minha vida?)
   Mas, voltando ao assunto do qual ainda não saí, ontem mesmo eu tive a comprovação de que o humor e suas conseqüências realmente clareiam a mente, mesmo que o efeito não seja duradouro: sentindo-me meio apagadão, sem inspiração alguma, apenas fitava o monitor de braços cruzados, à espera de alguma luz, de alguma idéia que me levasse a escrever com facilidade meus poetrix. Nada de vir vontade nem inspiração. De repente a Lady, minha gata mais jovem, uma malandrinha linda, de uns seis meses mais ou menos, percebeu que eu não havia escondido dela o rolo de durex e, viciada que ficou no cheirinho dessa fita colante, desistiu de pegar o fio do mouse, no qual adora se pendurar pelas unhas, e deu um pulo audacioso do banquinho de madeira para cima da escrivaninha. O pulo foi tão mal calculado e tão mal executado, que ela rolou por cima de tudo, caiu do outro lado da escrivaninha e saiu em disparada, assustada com o barulho que as coisas fizeram caindo no chão. Seu refúgio nessas horas é a garagem, e ela tentou chegar lá, mas bateu em cheio na vidraça fechada que separa a sala da garagem. Creio que meio tonta ainda, quis esconder-se e não sabendo para onde ir, voou por cima dos sofás, pulou por cima da tevê, escorregou no rack, caiu de novo, deu uma corrida até a cozinha, voltou à sala e, como se nada tivesse acontecido, tornou a dedicar-se ao fio do mouse. A essa altura eu literalmente chorava de rir e lamentava não ter uma filmadora a postos. A coisa, hilária, foi indescritível. E ela, depois, com aquele jeitão de “eu estava só fingindo...”. Depois disso tudo que eu queria escrever saiu com facilidade. Se saiu bom eu não sei...
Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 04/07/2007
Reeditado em 29/07/2007
Código do texto: T552219
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