DIA DO FICO

No dia 12 de junho, comemoramos o Dia do Fico.

Calma : eu não estou confundindo datas.

Não estou me referindo ao fato ocorrido por volta de 1821 quando D. Pedro I recebeu uma carta de Lisboa exigindo seu retorno imediato para Portugal, tendo em vista que a presença dele impedia Portugal de recuperar suas finanças em cima do Brasil e recolonizá-lo. Feito um documento pelos liberais radicais, colhendo oito mil assinaturas a favor da permanência do Príncipe e pressionando-o a ficar, ele declarou a conhecidíssima frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, digam ao povo que fico”.

Hoje , para o bem de todos e felicidade geral da meninada, ficar é a moda: quase não existem mais os casais românticos de namorados.

Em, sendo assim Vera Hanna , professora de Português do Colégio Anchieta, resolveu registrar a passagem do novo Dia do Fico convidando seus alunos do Ensino Fundamental II a discorrerem sobre o tema : Somente quem se ama pode amar aos outros”.

E o resultado foi, no mínimo, alentador: ainda existe muito amor e carinho nos corações e mentes dos jovens de hoje , apesar da insegurança, do medo, das angústias de um futuro incerto e de um mundo cheio de desamor.

Todos fugiram um pouco das frases truncadas e cifradas dos e-mails e MSNs e deram vazão a sentimentos que , às vezes, nós, adultos, pensamos não existir mais:

“Em primeiro lugar, devo ser amada porque sou filha de Deus”.

“Eu acho que mereço ser amada simplesmente porque sou feliz, porque tenho uma família que acredita em mim “.

“Preciso ser mais paciente com as pessoas, preciso expressar mais os meus sentimentos ao invés de guardá-los dentro de mim”.

“Meu maior obstáculo é o medo, meu mal, o egoísmo, minha derrota, o desânimo, minha primeira necessidade é comunicar-me”.

“Amar é bom, mas o difícil é ser amado”.

“Eu gosto de alguém, mas tenho medo. E esse medo não passa. E a tristeza não vai embora. Tomara que, um dia, tudo isso passe e eu volte a ser aquela criança feliz que gostava de todo mundo “.

“Quero ser amada, mas não especificamente por um menino, mas ser amada por amigos e companheiros, e não ter inimigos “.

Há luz , e muita luz no fim do túnel.

Ainda há espaço para muito amor, companheirismo, amizade profunda e sincera, bastando apenas que nós , os mais experientes , não nos assustemos com as novas denominações que os jovens encontraram para falar de suas relações afetivas.

Dia do Fico ou Dia dos Namorados, não importa.

O que importa é que os seres humanos ainda necessitam uns dos outros, de uma família ( não importa como esteja ela estruturada) e de Deus, para serem felizes.

ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO

Tórtoro
Enviado por Tórtoro em 12/07/2007
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