SAÚDE & CONDIÇÕES DE REALIZAR E VIVER COM PRAZER É "COM NÍVEIS DE STRESS SOB CONTROLE"
Artigo
SAÚDE & CONDIÇÕES DE REALIZAR E VIVER COM PRAZER
É “COM NÍVEIS DE ESTRESSE SOB CONTROLE”
* Salete Cardozo Cochinsky
O stress prejudicial é conseqüência do excesso de estímulos ou atividades. É inquestionável que na atualidade é um componente biopsicosocial relevante para o desenvolvimento de doenças e das mais diversas perdas. Constata-se tanto nas clínicas médicas quanto nas clínicas psicológicas – conforme sintomas apresentados - que estes danos vão além daqueles constatados pelo indivíduo que está estressado. Seus efeitos atingem gradativamente desde os mais próximos até outros sem contato direto formando assim uma cadeia.
É relevante também esclarecer que um dos mais drásticos problemas oriundos do estresse é o prejuízo na capacidade do indivíduo realizar eficientemente atividades tanto imediatas quanto à de projetar e planejar atividades inerentes á vida pessoal, profissional e social a médio e longo prazo.
No entanto, pode-se afirmar que é do conhecimento científico que para a realização de qualquer atividade é necessário um quantum de estímulo, e que o conceito stress define este quantum de estímulo transformado em energia necessária e vital. E ainda, que também é do conhecimento das ciências biopsicosociais, e de fundamental importância informar, que o excesso de estímulo, ou ainda que estímulos não processados ou transformados em ações, conseqüentemente permanecem no ser estimulado como energia excessiva – (não metabolizada física e psiquicamente) e desta forma produzindo efeitos danosos tanto para o ser em sua singularidade, quanto para o coletivo.
Constatamos que é desafio social e pessoal urgente investir na construção, uso de espaços (estrutura e equipamento) e aproveitamento do conhecimento técnico e científico em prol da qualidade de vida, inserindo esta questão nas pautas de quem tem poder decisório sobre o destino do conhecimento e da tecnologia.
Portanto, é de responsabilidade dos profissionais e instituições de saúde, informar que a Qualidade de vida é conquistada pela atualização de conhecimentos adquiridos pela práxis, isso é; apropriar-se da ciência que desvela os segredos do bem viver.
· Psicóloga Clínica, Especialista em Teoria Psicanalítica e Diretora do Depto. Técnico-Científico do INPPACT – Instituto de Pesquisa Psicanalítica e Atendimento Clínico-Transdiciplinar.
CRIANÇAS SÃO VÍTIMAS DO STRESS
Por: Salete Cardozo Cochinsky*
I
É inevitável que o assunto estresse como um mal que vem atingindo crianças ainda na primeira infância, assim como nas demais faixas etárias, seja abordado e divulgado publicamente.
A divulgação dessa realidade e situação é de vital importância para pais, profissionais e instituições, especialmente às públicas, e tem como objetivo alertar para o fato que, em que pese nossa responsabilidade, não é apenas modismo abordar o conceito estresse. Pois o estresse do qual falamos é um mal que tem como conseqüência sofrimentos que se manifestam desde doenças físicas e psicológicas aos chamados distúrbios de conduta e desenvolvimento cognitivo.
Sobre esse assunto encontramos artigos e matérias de autores nacionais assim como de outros países, o que indica ser uma constatação e realidade sem fronteiras físicas delimitadas. No entanto, poucos artigos relacionam estes sintomas como conseqüência do implacável fenômeno estresse. Estes sofrimentos tendem a ser atribuídos a causas orgânicas. Outros ainda referem distúrbios de conduta, agressividade, isolamento social, falta de interesse e estados depressivos como um quando novo e nomeiam este conjunto de sintomas como se fossem distintos daqueles já descritos e conhecidos do conhecimento científico e técnico.
Se já é do conhecimento e saber científico que no humano, o orgânico, biológico, químico e físico alteram-se com as emoções, porque a insistência em atribuir alterações somente àquilo que tem como origem os fatores que excluem os aspectos psicológicos?
O estresse, sem dúvida pode ser de origem química ou física a que o organismo humano está submetido. Mas justo por se tratar de humanos é inconseqüente ignorar a relevância das circunstâncias culturais como fator de alterações, seus meios e formas de manifestação. É na interface biopsicosocial que se encontra a relação do humano consigo próprio, com seus semelhantes e como meio. A cultura reflete ainda perspectivas e ideais da civilização. O quê, para quê e como fomos compreendidos? O quê, por que e como somos compreendidos no conjunto da natureza universal? É a partir dessas questões que a humanidade se compreende, e do que advém a organização biopsicosocial.
É ainda imprescindível chamarmos atenção para o fato de que ainda na primeira infância o ser humano vive as emoções; alegria, prazer, serenidade, temor, medo, angústia e ansiedade vivida pelos adultos que as rodeiam. Mais relevante ainda é o fato de que quanto menor é a criança, maior é a influência da condição dos adultos na sua formação e organização psíquica. Portanto, se constatamos que um elevado número de adultos apresentam os mais diversos sintomas de mal-estar provocados pelas exigências sociais, não há como ignorar e negar que o fato de que as crianças e adolescentes que estão sob seus cuidados e os têm como referência, de alguma forma vão manifestar este mal-estar que também as atingem.
Constatamos que para nós profissionais comprometidos com a saúde neutra de fatores alhures ou superficial ao assunto compete inumeráveis e incansáveis medidas de esclarecimentos, alertas e desenvolvimento de estratégias para que as crianças e adolescentes possam ser tratados adequadamente a partir de um diagnóstico clínico e dos sintomas que apresentam.
O que se constata como um fato mais recente e atual, é o aumento de crianças e adolescentes apresentando tais sintomas e necessitando, mais que em outros tempos de tratamento médico e psicológico. Nossa questão é alerta: Que herança os adultos estão deixando para as crianças, adolescentes e jovens de hoje?
*Psicóloga Clínica – Especialista em Teoria Psicanalítica e Psicologia – Consultora para desenvolvimento de Programas de Atendimento BIOPSICOSOCIAL.