ADVOGADO - Profissão de risco - Por Telêmaco Marrace

O assassinato do Advogado Roberto Caldart, abre uma janela obscura para a advocacia no país em todas as áreas. Não são somente policiais, promotores e juízes que convivem com o perigo da profissão diariamente. Conheci uma mãe arrumando a mala para ir embora da cidade, onde seu filho, um advogado de vinte e sete anos foi assassinado. Era ele que bancava a casa depois da morte do pai e agora aquela mãe teria que se virar com a miúda aposentadoria e a irrisória pensão que recebe do marido falecido. Essa é uma dor desconhecida da maioria do povo brasileiro, e é um retrato de muitas mães e familiares pelo Brasil. Muitos veem a profissão do advogado como se fosse uma vida cheia de glamour, festas, dinheiro e muita alegria! 40% de advogados Criminalistas, hoje faz uso de álcool pelo estresse da profissão, incluindo “canos” financeiros, muitos morrendo de cirrose no fim de carreira. Em um levantamento no estado de São Paulo, no mês de janeiro de 2004 até novembro de 2007, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 29 advogados foram executados. O Estado do Pará em 2013, foi considerado o local do Brasil onde se mais assassina advogados. As causas que motivam as mortes é muito variado. Inclusive, muitos dos assassinatos são encomendados por facções organizadas.

A OAB/SP havia criado em tempos outrora uma Comissão Especial de Acompanhamento de Inquéritos dos Advogados Vítimas de Homicídios. Não sei se hodiernamente ainda existe!!!

Muitos advogados, extrapolam por pressão do cliente o seu limite de atuação, colocando-se em risco. Nos presídios, muitos familiares vivem pedindo ao advogado para levar cigarros, comida, material de higiene aos presos. Isso não faz parte da vida do advogado. O causídico está contratado para defender dentro da tecnicidade do direito, nada mais. Resolver conflitos pessoalmente, somente se tiver o apoio de policiais. Alguns são inevitáveis, como conflitos com agentes prisionais, sendo que já passei por poucas e boas no Rio de Janeiro, mas jamais tombei das minhas prerrogativas profissionais. Cada advogado tem que saber o limite de sua atuação, tendo isso como conduta ideal de toda a categoria advocatícia!!!

Estreitar relações com o cliente, não significa que o advogado deva fazer o que o mesmo pede. O advogado é o condutor do processo, das atitudes que devam ser tomadas, caso contrário, quando clientes extrapolam ditando o que o causídico deva fazer, chega a hora de romper o contrato. Qualquer ameaça que o advogado sofrer deve ser feito o BO para que as autoridades tomem as providências necessárias. Advogar no Brasil hodierno é uma profissão de alta periculosidade! Precisamos mudar isso, pois o Advogado respeitado é o cidadão valorizado!!!