Nossos atletas e nossos políticos.

Impossível não se emocionar com o desempenho dos atletas brasileiros nos Jogos Pan Americanos, principalmente com a turma da ginástica. È contagiante ver o orgulho que todos têm em defender as cores do Brasil, demonstrando o amor e a gratidão à terra que lhes acolhe nessa jornada terrena.

É ai que vemos o paradoxo: enquanto nossa política vive momentos conturbados, afundando-se em um mar de corrupção a refletir o desamor à nossa pátria e todo povo brasileiro, nossos atletas se orgulham em pertencer a essa mesma pátria. Desprezada por uns, amada por outros.

Então, inevitável não questionar:

Já que nosso Brasil também é amado e possui grandes talentos em todas as áreas, quando será que daremos a tão sonhada guinada, principalmente a guinada moral, que certamente trará o progresso tão almejado?

Quando será que deixaremos de perder tempo discutindo futuro político de Renans, para nos debruçarmos em questões que de fato nos farão avançar? Enquanto perdemos tempo com corrupção e CPIs, deixamos o caos se instalar em terras tupiniquins. Exemplos não faltam, e o pior é que agora a situação está tão complicada que a omissão vem ceifando vidas às centenas. Os acidentes envolvendo os aviões da Gol e TAM e o caos aéreo instalado em nosso país são um demonstrativo de que as coisas não andam bem, esses acidentes refletem a bagunça de nosso congresso, e a bagunça de nosso congresso é o reflexo de uma sociedade omissa e também mal educada; mal educada porque não respeita as belezas naturais, polui rios, atira lixo nas ruas, apedreja o patrimônio público. Mal educada porque vaiou a delegação norte americana quando esta adentrava o estádio do Maracanã, provando que precisamos aprender noções de respeito e civilidade para sermos bons anfitriões. Alguns poderão dizer que as vaias ao grupo norte americano são manifestações legítimas e encontram amparo na livre expressão. Contudo, mesmo amparada na livre expressão não deixa de ser manifestação própria de mal educados.

Onde o bem não toma posse o mal se instala. Onde o bem se omite o mal avança. O mal começa justamente na ausência do bem. Enquanto agirmos “Cada um por si”, preocupados apenas com os destinos de nós mesmos, não organizaremos nossa pátria. O trabalho deve ser em equipe, todos torcendo por todos, todos vibrando por todos, onde a união faz a diferença na vida do conjunto.

É com o auxílio mútuo que funciona uma sociedade organizada.

Por isso, à semelhança de nossos atletas, os bons brasileiros são chamados a dar testemunho de gratidão à nossa pátria. É hora da guinada, da reforma, da melhoria.

Não há mais tempo a perder, somos convidados a observar nossos atletas e seguir seus ensinamentos de trabalho em conjunto, disciplina e respeito.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 19/07/2007
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