O médico dos pobres.

Aquele estudante de medicina estava preocupado, o dinheiro para as despesas estava escasso, a faculdade atrasada, e ainda mais, necessitava urgentemente pagar o aluguel da pensão, porquanto a qualquer momento poderia ser despejado.

Em sua porta bateu um jovem simpático que queria aprender matemática e estava disposto a pagar. O estudante de medicina relutou, afinal, não gostava da matéria, mas diante das dificuldades resolveu aceitar. O jovem que pedira ao estudante de medicina as aulas de matemática quis pagar tudo adiantado, o futuro médico quis recusar, mas o jovem insistiu, e ele aceitou. O dinheiro vinha em boa hora, o futuro médico pagou a faculdade a pensão e ficou extremamente feliz. O negócio agora era se preparar para ministrar as aulas corretamente. Correu até a biblioteca, se preparou, porém, o belo jovem jamais apareceu para aprender matemática.

O estudante de medicina era Adolfo Bezerra de Menezes, exemplo de médico, político, cidadão e espírita. A vida de Dr. Bezerra de Menezes se transformará no filme “Bezerra de Menezes – o médico dos pobres”, e estreará nos cinemas em agosto. Protagonizado por Carlos Vereza, o filme ainda terá a presença de Lucio Mauro, Caio Blat, Nanda Costa e Paulo Goulart Filho.

Aliás, esse filme vem em boa hora porque retrata a vida de um político a toda prova, caso do Dr. Bezerra de Menezes. Em época de pane mental por parte de nossos congressitas, onde o interesse individual prevalece em detrimento ao coletivo, nada melhor do que assistir a inspirada vida do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Quem sabe nossos homens públicos não se sensibilizam com os exemplos de renúncia, amor e dedicação ao próximo deixados pelo notável médico e político.

A propósito, em um tempo onde o materialismo cala alto em todas as profissões, é válido lembrar que Dr. Bezerra de Menezes considerava o ser humano, suas dores e aflições acima de qualquer bem, costumava dizer:

"Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida."

Imagino a revolução que haverá quando não apenas os médicos, mas todas as pessoas, em todas as profissões começarem a se guiar pelas sábias palavras de Bezerra de Menezes.

Nada de explorações, especulações que fazem ruir frágeis economias, abusos, negligências e esquecimento dos valores éticos. Nada de serviços mal prestados, de mercadorias de lata vendidas a preço de ouro. Nada de tirar vantagens, nada de enganações, mentiras e engodos que vemos em muitas negociações.

Quando isso ocorrer estaremos de fato vivenciando as máximas do Evangelho, a gozar da tão almejada paz que sonhamos para nosso Planeta.

Vale, pois, assistir, divulgar e refletir no filme que trará o belo exemplo que foi a vida de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 22/07/2007
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