NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA
Artigo de:
Flávio Cavalcante



 
     Fiquei surpreso ao assistir o programa do Porchat na rede Record. Deixa muito claro de ser uma cópia do programa do Jô na Rede Globo, com direito até às duas canecas sobre a mesa do apresentador e a imitação do programa na concorrente acontece até no mesmo horário. A diferença é que a irreverência do Fábio Porchat deixa o entrevistado bastante à vontade superando até o clássico e anoso programa do Jô Soares. É notório que as emissoras não querem perder tempo de criar algo novo enveredando por uma mesmice que o telespectador já não aguenta mais e pede intercessão até aos céus suplicando uma mudança com bastante urgência.
 
     Todos nós sabemos do pensamento das emissoras que tempo em televisão é dinheiro; mas, e o telespectador é obrigado a ver o repeteco dos enlatados só porque está superando o ibope sobre a concorrência?

     Na realidade nada se cria nesse mundo televisivo. Tudo se copia de fato. É o lema da televisão. A maioria dos enlatados que vemos nas telas já foram degustados em outros canais de redes concorrente ou mesmo em outros países.

     O que se inventar para o prazer do telespectador? Será que o repertório da criação está cada vez mais ficando escasso ou a panelinha não abre chance para novos talentos entrarem em cena?

     Apesar de saber que estava assistindo a mesma coisa em outro canal, o apresentador conseguiu prender minha atenção. A entrevistada da noite foi a apresentadora Sônia Abrão, que recebeu quase uma intimação para se explicar o motivo da sua crítica ao apresentador Fábio Porchat no programa de seu comando “A tarde é sua” Na Rede TV quando fez uma entrevista exclusiva à Sasha Meneguel, filha da Xuxa. Sônia Abrão muito sorridente explicou com profissionalismo e sinceridade e acabou o apresentador levando para o lado cômico e por causa da afinidade com a entrevistada teve segundo a própria emissora o melhor índice de ibope desde o início do planejamento, mas rendeu também algumas críticas em programas de fofocas em outras emissoras.
     
     Apesar da irreverência e destreza do ator comediante a emissora religiosa já teme uma possível falta de convidados na programação o que se torna um perigo à vista já que a principal concorrente apresenta um produto de igual teor no mesmo horário. A forma do apresentador conduzir o programa é bem típico do que ele está acostumado a fazer o que é uma “novidade” Mas a pergunta que não quer calar. Até quando vai se sustentar com a mesmice de sempre?

     Fiquei sabendo que o programa terá uma pausa no final do ano e só voltará depois do carnaval e também que a emissora está estupefata em manter uma programação de entrevistas diárias vendo a dificuldade de entrevistados num nível de atração de ibope. Sugeriram até uma atração diferenciada no programa para que se torne sustentável, mas mesmo assim é uma tarefa preocupante

     No meu ponto de vista, ser apresentador é a praia do Fábio Porchat. Convence de fato e segura pelas rédeas o programa como também o entrevistado; não sei se vai funcionar na emissora atual, mas, quem sabe logo mais ele não obtenha um programa na Rede Globo, fazendo um estilo comédia que ele faz tão bem, caso contrário, será uma incógnita a sua permanência no programa ou será jogado numa geladeira esperando de boca aberta escancarada uma boa chuva cair em sua horta o que é fato na vida de muitos outros.

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 05/10/2016
Reeditado em 05/10/2016
Código do texto: T5782610
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