A ZORRA DOS OLHOS QUE TREMULAM
Artigo de:
Flávio Cavalcante
 
 
     Eu sempre retratei nas minhas matérias quando me refiro à comediantes, que fazer comédia é de fato para quem é, não é para quem quer. Claro que é todo um conjunto de pessoas envolvidas num produto a ser mostrado na televisão, desde a direção, produção, maquiadores e etc até chegar na fonte principal que é o ator intérprete; mas, se o comediante não tiver no sangue a arte de fazer rir, é certo que o texto pode ser maravilhoso, mas nas mãos do profissional errado fatalmente será um fiasco a sua apresentação.
 
     Cada artista comediante tem na sua essência um ponto chave e tira do seu interior um trejeito próprio de levar uma platéia à baixo de tanta gargalhada. Claro que usando todas as técnicas próprias, aproveitando o tempo certo sem precisar usar da apelação para atingir a proposta desejada. O bom comediante já carrega consigo esse tempo e sabe ser crítico quando a piada está fazendo efeito ou não, e isso depende de cada platéia para o efeito ser satisfatório.
 
     Na televisão tivemos há pouco, o término da primeira versão do Zorra Total e Maurício Sherman tinha essa preocupação de escolher um casting de bons comediantes. Dentre eles, que na minha opinião é completo quando se fala de fazer comédia, tem a chave natural de virar os olhinhos tremulando de um jeito engraçadíssimo e a direção da casa, aproveitou vários quadros utilizando essa habilidade própria do ator para abrilhantar os quadros de cada semana, fazendo-o contracenar com muitos personagens centrais do elenco.
 
     Maurício Cunha nos concedeu uma entrevista exclusiva e revelou que são 17 anos de Rede Globo entre novelas e o programa de humor que ficou por quinze anos no ar.
 
     “O "velho" Zorra, dirigido pelo homem que me apresentou ao público da rede globo de televisão, foi líder avassalador nos sábados, durante todos os anos, sob sua batuta. Maurício Sherman lançou vários atores humoristas, um homem que valorizava o ator e sua capacidade criativa. Tendo talento, trabalhava com ele e recebia recursos para a composição da sua arte. ” Disse Maurício em momento de emoção e agradecimento. Proferiu também que a nível de proposta, possui um relacionamento muito saudável com a produção de elenco e os diretores com os quais trabalhou e ainda trabalha.
 
     Maurício cunha não está nessa nova versão do Zorra Total, mas pretende continuar atuando em teledramaturgia, pelo fato de ser prazeroso dar vida a uma ficção.
 
     A relação de Maurício cunha com o humor começou muito cedo, no “CAFÉ SEM CONSERTO” na tupy onde seu pai trabalhava na emissora e observando as gravações ainda muito jovem houve o encantamento pelo trabalho televisivo. Ele próprio relatou que desde a adolescência sempre gostou do humor do Jô Soares e do Chico Anísio. “Foi muito prazeroso trabalhar com Nair Belo, Rogério Cardoso, tanta gente que já partiu. Personagens que não devem ser copiados e sim homenageados e a televisão faz muito plano fechado e close. Não é uma coisa muito aberta e fica muito parecida com a dramaturgia essa forma de se fazer humor na televisão”, disse Maurício. Continuou narrando na sua opinião que um ator que faz comédia faz qualquer tipo de papel dentro da televisão. Ele citou Jorge Dória como um dos exemplos que de vez em quando fazia novelas e era muito legal. Aconselhou também essa turma de hoje a ter persistência, observação e principalmente aproveitar o talento.
 
     Na atualidade o ator estará em cartaz com a peça infantil Romeu e Julieta na casa de España às 17:00 hs e fica situado à Rua Maria Eugênia, 300 RJ – e estréia dia 05 de novembro.
 
     O motivo de ter saído do programa, foi que a emissora entendeu que poderia haver um desgaste de imagem durante os quinze anos e Maurício Cunha bem-humorado relata que torce muito pela segunda versão do programa Zorra Total, que também por fazer parte do time, torce por todas as diversões da casa. Disse também que se considera um ator e não um comediante como é taxado pela Rede Globo, o texto também é o segredo de ser engraçado completou o ator com chave de ouro.
 
     “Lá no Zorra nós tínhamos uma certa liberdade, mas por outro lado o seu Sherman era severo com a responsabilidade de se fazer televisão; do tempo, do custo que se tem para se ter um stúdio, se pagar a um câmera, se pagar aos prestadores de serviço para se ter televisão, então, a prioridade dele era não errar e a gente acabou se acostumando com isso, evitando o máximo de cometer algum erro” Fechou com estas palavras o comediante Maurício Cunha.
 
     Percebemos que atualmente na nova versão do programa Zorra Total, ficaram extintos os bordões nos personagens e era claro que o telespectador ficava esperando alguns, como por exemplo: O “PODE”, da personagem da Fabiana Carla e quem lembra do conhecido bordão “OLHA A FACA”?
 
     No meu ponto de vista, os bordões seguram a audiência de um programa de humor nessa performance que a casa propõe; fato que durou quinze anos no ar. Posso até garantir que sem eles, esta programação pode se considerar com os dias contados. Entrevistando alguns telespectadores, relataram em depoimentos que esta nova versão está muito chata e sem conteúdo. Que a emissora reveja essas opiniões dos teventes, pois como eu sempre deixo bem claro, que o telespectador merece todo o nosso respeito; porque sem ele, não há quem possa nos aplaudir.
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 28/10/2016
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