11 meses de caos aéreo

Após o acidente com o avião da Gol Linhas Aéreas, em setembro de 2006, o sistema aéreo brasileiro foi ao espaço definitivamente. Filas intermináveis, vôos atrasados, clientes revoltados, overbooking (venda de passagens acima do número de poltronas), agressões entre passageiros e atendentes das empresas aéreas. Enfim, o caos reina no País das bananas. Se Alberto Santos Dumont voltasse à vida nessa época, ele se mataria novamente.

O futuro da invenção dele está obscuro. Não há solução imediata. Nunca na história da aviação brasileira aconteceu estar nas condições precárias em que são encontradas. Incompetência administrativa? Vistas grossas? Acomodação política? O presidente não sabia novamente de nada?

Isso porque os brasileiros devem manter a calma. Afinal, a culpa é da própria população que escolheu governantes irresponsáveis. Eles mesmos sabem mais do que ninguém nesta terra.

“Relaxa e goza” camarada, tudo se resolve como a própria ministra do Turismo Marta Suplicy sugeriu aos passageiros que estão “abandonados” nos saguões dos aeroportos espalhados pelo país.

De tanto relaxar e gozar, um Airbus tenta pousar na pista molhada e lisa de Congonhas e o avião acaba chocando ironicamente contra o prédio da própria companhia aérea. A aeronave explodiu e levou consigo cerca de 200 vidas.

O Brasil conseguiu ter o pior acidente aéreo no mundo dos últimos cinco anos e o pior acidente aéreo urbano na América Latina nos últimos 10 anos. Com o acidente da Gol em 2006 e o da TAM, no dia 17 de julho, foram perdidas mais de 350 vidas.

As trapalhadas não acabam por aí... Após o acidente com o vôo JJ 3054, era louvável o presidente, ou algum representante máximo da terra pátria, onde pagamos impostos, as condolências e lamentações. Nem isso aconteceu. O nosso “hermano”, presidente argentino Nestor Kirchner, foi o primeiro (isto mesmo que você leu!) representante político a lamentar e pesar o sentimento da perda que muitas famílias tiveram àquela terça-feira cinzenta.

Uma semana pós-acidente, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, dá a receita de como lidar com um pepino. “Os pepinos fazem parte da vida, certo? O importante não é o pepino. O importante é saber lidar com o pepino, saber cozinhar o pepino, cortá-lo corretamente. É ter inteligência para trabalhar com os pepinos e, principalmente, ter calma para se trabalhar com pepino.”

Onde vamos parar? Certamente muita gente sabe o que o brigadeiro José Carlos Pereira deve fazer com este pepino.

Cido Coelho
Enviado por Cido Coelho em 28/07/2007
Código do texto: T583572
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