Sofrimento, a libertação do espírito.

Quando o Mestre Jesus,

Através do madeiro infame,

Desencarnou na Cruz,

Exemplificou a verdadeira lição,

Da resignação e do perdão.

Seus ensinamentos,

Foram confirmados,

Através da,

Mansuetude de seus atos.

Pela resignação obedeceu,

As leis supremas de Deus.

Pelo perdão provou,

Que a ingratidão,

Não passa de mera ignorância,

Das leis da criação.

Na matéria seu sofrimento,

Foi prova de libertação,

De um breve estágio de crescimento,

No ciclo da evolução.

Muito embora, o Mestre Jesus,

Não precisasse a carne voltar,

Veio ensinar com o sofrimento,

Que a alma se liberta

e conquista entendimento.

Uma das grandes questões existenciais desde os primórdios da humanidade é o desejo do ser humano em compreender o porquê do sofrimento.

Pelo desconhecimento de suas causas, milhões de almas entram nas drogas, na degradação pessoal e se destroem pela revolta, pelo desespero, pelo medo.

Não podemos deixar de lembrar que a maior parte de nosso sofrimento está diretamente relacionado ao nosso comportamento.

Nossos atos nesta existência é o grande vilão.

E o maior de todos está relacionado ao egoísmo, orgulho, a vaidade.

Nós somos os grandes responsáveis pelas dificuldades que enfrentamos.

São os problemas de relacionamento, dificuldades financeiras, e a doença, que nos faz sofrer.

O sofrimento é um grande veículo de reflexão, é através dele que somos colocados a prova e nos é dado a oportunidade da auto descoberta.

O sofrimento permite o ser humano reavaliar valores e procedimentos.

As pessoas vivem atrás da alegria, da saúde, da paz, do sucesso, da realização financeira e social e mau dizem o sofrimento, as dificuldades, não valorizam nem aproveitam os benefícios que a dor proporciona. Não nos referimos apenas a dor física, mas a qualquer aflição.

O poder de transformação através da dor é o remédio que precisamos para nosso próprio crescimento, já que renegamos a escolha do aprendizado através do amor.

Quando está tudo bem em nossa vida, quando não passamos por dificuldades não há porque mudar, justamente porque nossas escolhas tendem as coisas materiais e nos esquecemos do comprometimento moral em relação ao próximo.

Os obstáculos, as relações difíceis, os reveses; são através deles que encontramos forças para fazer a reforma íntima.

Eles nos fortalecem e permitem que possamos entender o porque das coisas.

A busca da qualidade de vida.

A necessidade de prover o sustento.

O desejo de estudar para ter uma vida melhor é o que promove as grandes realizações.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.V, item 18. Bem e Mal Sofrer, os espíritos nos lembram as palavras do Cristo: “Bem aventurados os aflitos, que deles é o reino dos céus” e tecem o seguinte comentário:

“Jesus Cristo não se referia àqueles que sofrem em geral, pois todos que se encontram nesse mundo sofrem, estejam sobre o trono ou a palha, mas aos que sofrem bem.”

O sofrimento gera reflexão e o que determina se bem sofremos é como reagimos.

Temos dificuldade em compreender os sublimes mecanismos reajustadores do sofrimento porque somos, por natureza, demasiadamente afeitos ao prazer e arredios à dor.

Quase nos é inconcebível assumirmos a convicção de que a dor está profundamente inserida no processo integral da vida.

Compreendê-la, aceitá-la - quando inevitável e irreversível - é a atitude mais acertada, pois revela verdadeiramente nosso real quinhão espiritual adquirido na senda evolutiva.

Por hábito, somos excessivamente condescendentes no juízo que fazemos sobre nós mesmos...

Mas é no instante supremo e inevitável da dor inesperada, seja ela moral ou física, que nos revelamos e expomos nossas fragilidades...

Considerando o fato de que a razão de nossa atual existência está diretamente relacionada ao esforço pré-estabelecido no Alto em resistir às próprias tendências negativas, períodos de sofrimento serão sempre uma constante - uma situação positiva que precisamos aprender a aceitar - porque o auto-aprimoramento implica dolorosa remodelação interna, ajuste em tudo o que ainda não é bom e puro dentro de nós.

Jesus, durante sua breve passagem pela Terra, sempre agiu e usou de inúmeras formas para demonstrar a grandiosidade da dor e do sofrimento com vistas à elevação. Do berço à cruz, seu exemplo foi uma contínua demonstração de coragem e aceitação ao inevitável. No momento extremo do Calvário não fez valer sua autoridade espiritual conquistada, nem lançou mão de seu exército de anjos - simplesmente, rendeu-se ao amor...

Hoje, em pleno século XXI, na era da informação e da tecnologia, o espiritismo, o Consolador prometido, na voz dos espíritos do Senhor, por sua vez, sussurra aos corações aflitos das criaturas:

—“Bem-aventurados os que entendem a justa causa oculta em todo sofrimento, e que dela fazem seu impulso determinante para a plena confirmação da Luz!”.

Humberto S Espirito Santo Jr
Enviado por Humberto S Espirito Santo Jr em 05/08/2007
Código do texto: T593572