Vou-me embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira

Vou-me Embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira.

Vou-me embora pra Pasárgada, porque como queria Manuel Bandeira, eu também quero ser amigo do rei. Mas se lá for igual ao meu Brasil, um pedido para meu amigo, eu farei: cortar as mordomias dos políticos corruptos, e todo tipo de maledicência eu não perdoarei. CPMF é uma das vergonhas que eu abolirei. Lei lá terá que funcionar, não servirá apenas para enfeitar! Vou-me embora para Pasárgada porque aqui eu não sou feliz, vejo todos os dias políticos se vendendo como se vende uma meretriz. Lá o trabalho remunerado com o erário público terá que ser linha dura, porque aqui muitos os transformam em uma aventura. Lá encontrarei Joana a louca da Espanha rainha e falsa demente, mas será melhor do que conviver com um bando de falsos decentes. Nepotismo nem pensar, pois terão que montar burro brabo e não tomar banho de mar. Vou-me embora pra Pasárgada, deve ser outra civilização e provavelmente terão um processo seguro para impedir a corrupção. Lá não terá voto com conluio, ladrão para incomodar, provavelmente será uma sociedade na qual eu possa confiar. Terá telefone automático e deve funcionar, com ruas sossegadas onde eu possa namorar. E se eu ficar triste com a carga tributária, com uma vontade danada de me matar, vou gritar tanto, mas tanto, que eu vou incomodar! Minuto de silêncio lá não funcionará! Lá sou amigo do rei e ele melhor do que qualquer outro, deverá saber das coisas que eu sei, e se disser que não sabia, não será mais o rei. Vou cobrar dos meus eleitos, idoneidade e trabalho árduo, porque lá eu sou amigo do rei. Vai acabar o carnaval, o negócio ficará sério e se quem representa o povo nos envolver em sua teia, lá não terão imunidade, vão direto pra cadeia. Vou-me embora pra Pasárgada, como queria Bandeira, quero um país sério, pois cansei de brincadeira!