Quando percebemos que somos animais sociais....

Muitas vezes, quando somos muito jovens e estamos fortes e saudáveis, achamos que somos auto-suficientes e não precisamos de ninguém. Por vezes, até a vaidade de nossa força e pensamento auto-suficiente pode nos tornar mais que vaidosos, as vezes, até arrogantes.

Dizemos assim:Não preciso de ninguém, posso me virar sozinho, nunca vou dever favor e nada a ninguém, eu sou eu...etc...

Percebi a fragilidade humana e desta concepção, ainda muito jovem, primeiro com a perda dos pais ainda menino, depois em dois acidentes graves e quase fatais, um deles durante uma operação militar quando fui infectado próximo a frenteira com o Paraguai, quando era Fuzileiro Naval da Marinha e uma poderosa bactéria que quase me levou a óbito. Fiquei entre a vida e morte no hospital Naval e fui assistido por enfermeiros e médicos da Marinha do Brasil no Hospital Naval de Ladário em 1978, dentre eles o Marinheiro e amigo Mario Benevides que servia no Hospital e depois tornou-se professor do Estado. Outro acidente gravissimo e quase fatal foi na Estação Luiz Gama dez anos depois em 1988, já na condição de Agente de Estação da NOB-RFFSA, um acidente ofídico que não me tirou a vida graças ao apoio, auxilílio e solidariedade dos meus colegas de trabalho Agentes, manobradores e maquinistas e também o médico de Ribas do Rio Pardo Dr. José Maria que me prestou os primeiros socorros antes de ser levado para um Hospital da Capital, ainda com uma perda de mais de 90% da visão e sem condições de caminhar sòzinho.

Os vários acidentes que tive em função do trabalho e de viver situações profissionais de alto risco, retiraram parte de minha visão e mais de 50% de minha audição, mas a minha visão aumentou muito em relação a vida e a compreender, de forma mais clara que não somos Super herois ou seres auto suficientes para viver em solidão ou isolados do mundo, achando que jamais dependeremos de ninguém, assim estes acidentes antes de me cegarem ou tornarem surdo para a vida, ampliaram minha compreensão sobre a natureza humana, a necessidade de vivermos em comunidade e saber que existem muitas pessoas boas e solidárias na Terra e onde estivermos, mesmo nos locais mais distantes, como os locais ermos do Pantanal e as distantes estações ferroviárias do cerrado, como Luiz Gama e outras Brasil afora...distantes de centros urbanos.

Somos além de animais racionais e sociais...seres comunitários que, muitas vezes dependemos uns dos outros...As nossas arrogâncias e vaidades cotidianas, muitas vezes tornam-se inutilidades totais...