A alma guarda o que a Mente tenta esquecer

Quando as perguntas são mais complexas que as respostas e tudo que vem a consciência é um imenso vazio, tão vazio e profundo que é doloroso, tão esmagador que a agonia reverbera na alma. Sente-se essa dor quando as coisas começam a dar errado no trabalho, a complicar em casa e com a vida familiar. É nesse instante que a pessoa se recolhe para seu mundo interno e permite que seus pensamentos avancem no irreal, sua imaginação viaja para um mundo onde tudo é possível, tudo pode ser realizado.

A paz, a confiança e o amor próprio são restituídos em um mundo onde a fantasia é um balsamo, a cura para todas as feridas, todos os sofrimentos causados pelo mundo concreto.

Aí está uma tentativa de fugir da agonia causada pela realidade dilacerante, Ao sentir-se esgotado pelo peso da brutalidade diária que se vê na tevê, nos jornais, ou mesmo ao sair de casa, transito infernal, crianças descalças e pedindo nos faróis. Homens e mulheres se oferecendo como meio de ganhar a vida, pessoas se agredindo, jovens drogados, o chefe que lhe cobra um trabalho para ontem, esposa, filhos, parentes querendo que você lhes façam algo e todos os conflitos que gravitam pela mente de quem já não se reconhece como pessoa.

Cadê a luz no fim do túnel? Nossa mente para proteger-nos cria uma falsa realidade, um lugar onde possa isolar-se e viver o que lhe é negado no mundo real.

Pensamentos mágicos

Na infância é uma maneira da criança se desenvolver e se adaptar ao que é chamado de mundo adulto, pois nenhuma criança é um adulto em miniatura. Elas possuem um meio próprio para entender e utiliza do lúdico (Brincar), para perceber a realidade que está a sua volta. Elas usam do imaginário para preencher as lacunas deixadas pelos adultos. As crianças, nesses momentos, usam da imaginação ou dos pensamentos mágicos.

Os adultos também utilizam os pensamentos mágicos mais como um refúgio de toda pressão causada pela vida, pela sociedade que a obriga a tomar atitudes em que ela não está conseguindo naquele momento.

A fragilidade dessa pessoa tem como um dos muitos agravantes, a insegurança, a imaturidade emocional, a falta de apoio, além da sensibilidade como causadora da angustia.

Uma pessoa que se isola, passa a ter muitos pensamentos mágicos que substitui a interação social, dando uma frágil sensação de suporte nas suas escolhas. Ao fugir das relações sociais, fica refém da própria mente, mesmo sem um meio comparativo, toma decisões baseadas em seus próprios desejos e medos.

Provocando desacordo quando ela está ao lado de outra pessoa, pois as ideias e decisões passam a ser tomadas de maneira unilateral, deixando de levar em conta a opinião da pessoa ao lado. Claro, vai gerar atrito e mais confusão no se mundo emocional.

No trabalho ao sentir-se inseguro a pessoa se entrega aos pensamentos mágicos e de maneira automática conduz seus afazeres, seus temores são acionados quando ela precisa explicar a sua rotina de trabalho ou a parte teórica da sua função. O que e como faz determinada coisa. Em estagio crônico esta pessoa deixará transparecer sua insegurança, dá o famoso branco e algo simples torna-se confuso, não conseguindo fazer-se entendido. Passando a imagem que seu trabalho é feito de maneira mecânica.

Um outro sintoma é a falta de sentido no que diz ou no que se ouve, aquilo que deveria ser comum, passa a ter a imagem de ser muito difícil o que provoca confusão, medo, irritação, neste momento ela só quer ser deixada em paz para se recolher aos devaneios.

Mesmo quando a sua presença é obrigatória, casamentos de familiares, datas significativas quase nunca vai por não se achar integrante daquela família. Quando não consegue se desvencilhar desses compromissos é com muito constrangimento que dá o ar da sua graça.

Mario Souza Psicologo