E SE FOSSE SEU FILHO (A)?

Li algum tempo atrás uma matéria que dizia que 80% dos voluntários da ACCD eram pais (em especial às mães) de filhos com necessidades especiais. É interessante notar que na vida normalmente as pessoas se preocupam com determinados temas e assuntos quando estão diretamente afetados por eles. Assim, uma mãe que tem um filho (a) autista normalmente se engaja em causas referente ao autismo. Um pai com um filho viciado em drogas tende a se enganar em causas de combate às drogas. Por que será? Por que nunca ou para não se desonesto com ninguém, quase nunca, nos preocupamos com causas que não nos afetam pessoalmente? Trabalhei em um colégio que tinha muitos alunos com laudos médicos. Dentre estes, havia um menino de oito anos que tinha TOD (transtorno opositor desafiador). Este quadro clínico é diagnosticado quando se percebe que o paciente não obedece a regras e ordens, desafiando tudo e todos. Toda vez que tinha crises necessário era ligar para a mãe para vir busca-lo. Certa vez, ela disse para uma colega de trabalho que praticamente não tinha vida social, pois quando ia a uma festa da família, shopping ou cinema, precisava voltar antes por conta dele. O sofrimento daquela mãe era visível. Embora tivesse uma certa condição financeira boa, o fato de ter um filho assim era um pesadelo só. Pesadelo primeiro em ver o filho daquele jeito. Nenhum pai que se preze gosta de ver um filho sofrer. E, pesadelo segundo por conta do preconceito, indiferença e muita das vezes, da zombaria dos outros em relação a ele. Particularmente, mesmo o menino não sendo nada meu, aquilo me entristecia. Tenho uma filha sem nenhum tipo de diagnóstico médico, mas ficava imaginando se tivesse como iria reagir. Saber que seu filho será para sempre de um jeito e, que nunca irá mudar, doía só de imaginar. Além do mais, os comentários maldosos que tais pessoas sofrem também causam do em qualquer genitor. Enfim, nunca devemos zombar dá dor alheia. Pois, se não somos capazes de ajudar que possamos jamais atrapalhar.