O primeiro dia - VEOE03

O primeiro dia

Antes de continuar gostaria de dizer que nunca fui ou serei modelo ou exemplo de coisa alguma. Meus erros e defeitos contam -se às centenas porém uma coisa eu acredito ter: inteligência. Em alguns campos bem acima da média, em outros no mínimo sofrível. Além disso pertenço a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e lá aprendi que nossa vida é um conflito diário com o homem natural que vive dentro de mim e que tentamos manter enjaulado embaixo de nossa educação familiar e acadêmica além de bons modos sociais normalmente aceitos para uma boa convivência dos seres ditos humanos. Em outras palavras acredito estar bem consciente de minhas limitações e do esforço que faço para tentar ser uma pessoa tratável (apesar de nem sempre conseguir). Respeito acima de tudo pessoas inteligentes amigas ou não é aquelas que como eu se esforçam por melhorar. Não me importando sua religião, orientação sexual, cor, tipo físico, idiossincrasias, manias e coisas assim. Só não admitindo covardia e maus tratos com os menos favorecidos. Acho isso deplorável. Nesses casos eu entendo Moisés: Olho por olho. E sei que estou errado pois o certo é: Amai-vos uns aos outros. ( Contradições de minha vida). Mas... voltando ao relato principal:

No primeiro dia fui acordado às 5:15 h da manhã pelo senhor com problemas de mobilidade que se achava dono das coisas (TV inclusive) e autoridade na instituição (estava lá há mais de dois anos). Os direitos eram dele e os deveres dos outros. Percebi isso bem rapidamente mas não esboçar nenhuma reação. Precisava me certificar que estava certo. (Infelizmente estava e isso nem era o pior...). Fui tomar o desjejum e cheguei sorrindo e dando bom dia porém a maioria olhou para mim, baixou os olhos e só umas três pessoas responderam. Pensei com meus botões: Que será que fiz errado? Me sentei e tentei conversas com algumas pessoas mas só uma tentou entabular uma conversa de verdade. No entanto a cada pequeno lapso de tempo (3 ou 4 minutos) ela se repetia ou me perguntava as mesmas coisas novamente. Imaginei que ela deveria ter alguma falha na retenção de coisas na memória recente e respondia tudo novamente sem deixar ela perceber que já tinha dito ou perguntado aquilo. Mudava rapidamente de assunto e introduzida novos fatos para tentar observar a retenção de informações. O pior era que a pessoa era tão adorável que dificilmente alguém gostaria de fustra-la. Assim passei o primeiro dia tentando conhecer os “arredores" e personagens dessa nova realidade.