A saga de um nordestino no sul

E a tarde cai...

final de mais um dia.

E eu aqui andando nesta longa avenida,pensativo,preocupado

pois mais um dia de luta sem resultado.

Penso: Porque saí do meu lugar no nordeste?

Uma lágrima rola, a saudade aperta.

Me sinto só, sem eira, nem beira.

As pernas doem de tanto andar.Pudera!

as poucas moedas que conseguí vendendo latinhas de alumínio

tenho que levar pra casa.Que casa? um barraco improvisado

de restos de madeira.E meus dois filhos pequenos,como será

que estão? e minha sofrida esposa? coitada,tá ficando velha

antes do tempo,mas eu a amo,e sei que me ama também.

Quantas noites choramos juntos,abraçados,rezando,pedindo a

Deus um milagre,uma saída,uma luz...

Envolto em meus pensamentos,nem percebí quando dois elementos

se aproximaram e anunciaram: _Assalto! entrega a grana...

Olhei pra eles e disse:_ Só se for minhas roupas velhas,nada tenho

a não ser dois filhos pra criar... voçes não tem aí uma graninha pra

me emprestar? Os caras olharam pra mim e viram a minha situação.

Não era nada boa,e disseram.

_ Ô meu, pegamos um cara pior do que nós,manda este cara embora.

Saí dalí, no fundo agradecendo os sujeitos por terem me deixado

vivo,e dizendo: _ Meu Deus, o que será de nós...

(Esta é a realidade de muitos de nossos irmãos Brasileiros,

será que eles podem ser chamados com dignidade de

cidadãos?)

Dja
Enviado por Dja em 22/09/2007
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