5h e 30 min

Ao Céu Aberto, à Praia de Itapuã, aos tiroteios nos morros, à interminável safadeza da nacionalidade brasileira e aos Recantistas com Carinho.

Anestesia Sacripanta

Bem, o médico receitou-me que tomasse um prozac e um sarafen de 100 mg antes de deitar; e após 30 dias confabulando com o demônio, porta, anjos, teto, angústias, maçaneta, paredes, apagador e arcanjos, tomei 5 de cada dosagem; e comi 10 pãezinhos embebidos em 1 litro de caninha 51, meio litro de óleo de rícino e 6 litros de coca cola de 2 litros.

Enquanto bebericava, mandei uma mensagem para meu subconsciente: "provavelmente, nós dormiremos o sono dos justos em paz essa noite. Impossível um dente insone e depressivo resistir essa dosagem cavalar de remédios que tomamos".

Estava apagando, sentia-me como vela bruxuleante, via em mim um barquinho tocado pela mansidão das pequenas ondas, quando mirando a maçaneta da porta, chegou-me a comunicação via ondas marítimas, que fizesse um poeminha.

Recobrei minha mente, a qual inspirou as teclas dos meus dedos. Óbvio, claro que da mão; do pé que não poderia ser, Mané:

" batatinha quando nasci,

Esparrama pelo chão,

mamãezinha quando dorme,

Diz que me ama,

Abre os olhos e fecha as válvulas do coração". Notaram: mamãezinha diz que me ama dormindo.

"Anestesia sancripanta,

É tomar, respirar, dormir e tombar,

Porque as dores, espanta"

Um Poeminha quase desconexo, mas legalzinho né! Não gostou? Boa noite, por favor, pare de manter os olhos abertos com palitos, bem como pare de bater teclas e vá dormir. Fica o dia todo nesse lenga-lenga de Recanto. Não tem outra a fazer na vida, não? Duvido que não sejas aposentado e não tenha muitos netos e animais domésticos em casa? Ah, como o único provedor familiar, contas, muitas contas para pagar. Reforma da Previdência já; esse negócio de aposentar com saúde, tem que acabar.

Um manhã fria de 10 graus incomoda muita gente; 10 dias dias frios de 1 grau incomodam muito mais. Necessário, tudo que incomoda a sociedade, faz bem à minha saúde; por exemplo, minha despensa nunca fui roubada em dias de chuva torrencial, com ventos de 100 km/h. Mosquitos, moscas e borboletas não superam a velocidade do vento, assim como ratos não saem dos esgotos. É a física metereológica explicando as questões sociológicas animal; porque a humana, é indecifrável.

Ufa, que alívio, o dente deu uma trégua. Será efeito dos medicamentos? Aiii, que sono. Ahhhh; desculpe-me a falta de bons modos, mas escapou gases por todos os buracos. Até que enfim. Estava a ponto de explosão.

Como um sujeito honesto e dígno de caráter, preciso trabalhar, mas só amanhã. Por que agora, boa noite; noite boa queridos amigos e inimigos também.

Por que escrevi essa patacoada? Ora, por que ler e escrever em nadica de nada acrescenta na vida, tanto de um quanto do outro. Lendo ou não, a safadeza e a corrupção permanecem na mente de todos e não é vista e combatida pelos olhos da cara. Isso que é gostar de roubar e ser roubado! Vou trabalhar, mas antes tenho que dormir. Ahhh, que sono Macunaima, herói sem um pingo de caráter!

- se eu sou o Macunaima, você é o Jeca Tatu indolente, preguiçoso. Aiii, que vontade de trabalhar, mas trabalhar dá trabalho, para quem é de trabalho. Faço coro com você e vamos pra cama, dormir para um dia quem sabe, despertar infeliz. Tal qual o Lula, sujeito que nunca fez nada de milagre, mas dizem que é o Jesus Cristo por fazer tudo, ô vida boa, sô!

Eita que a nacionalidade brasileira é otária, bestial, mesmo. Venha, abrace-me. Deixemos de ofensas, façamos as pazes, chega de ataques e vamos dormir. Dia 14 tem greve geral. Aqui, no Brasil, lógico, safadeza, corrupção, tráfico, tiroteio nos morros, mortandade no trânsito, tudo mais que não presta y Neymar e Nájila, tuto buenas gentes, tem seus reais valores. E vieram para ficar. Graças a Deus; nosso Pai todo Poderoso seja louvado! Pronto, feita a oracão, eu e meu amigo Macunaima vamos dormir. A enxada, a pá, picareta, foice, martelo, morsa, pregos e demais objetos de labuta, enrolaremos em penas de ganso e nos servirão de travesseiros.

Plantei umas mudas de poesias em minha casa. Cresceram; floriram; desabrocharam e serviram de sombreiros, poleiros, alimentos para os pássaros e polinizadores; que aproveitando a leveza do vento, espalharam as sementes, pistilos, androceu e gineceu nos arredores; nascendo versos, estrofes e prosas.

Os vizinhos aplaudiram a iniciativa, não minha, mas da renovação natural da Natureza; que se segundo Lavoisier, em seu meio, nada novo se cria, pois tudo se transforma e o criado em sua forma natural, se recria.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 11/06/2019
Reeditado em 11/06/2019
Código do texto: T6669962
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