Eternos Aprendizes?

Quase sempre, quando nos propomos a ler algum livro de sentido globalizatório, percebemos as inúmeras citações referindo a uma tal “era da informação”, “sociedade do conhecimento”, “sociedade aprendente”, referimos sem de certo compreendermos o porquê, ou qual seja, realmente, seus significados, e, se de fato, existem estas sociedades, ou é caso de mera redundância.

Se de fato nos perguntarmos: porque só agora podemos dizer que estamos na era da informação e, não há um século? Não havia informações também, mesmo que sendo em pequenas escalas? O Sejamos sinceros, o fato é que foram os meios de transmitir estas informações que ficaram mais acessíveis às classes "proletárias". Digo isso porque foi no passado onde deram os primeiros passos para alcançarmos o desenvolvimento atual. Conclusão desta: mera redundância.

Em relação à sociedade do conhecimento, é a mais hipócrita designação. O conhecimento é tanto, que os números de rendimento escolar só declinam. Outra prova se pode perceber aqui no Brasil, o governo gasta quantidades exorbitantes de dinheiro público com um detento, enquanto estudantes e professores revezam-se sem condições de estudo e trabalho. Há de se revelar que este valor mensal ultrapassa o ganho de um professor do ensino público. Esta sociedade do conhecimento só consegue resolver seus conflitos através da guerra, não conhecem a arte do diálogo.

Estamos na contramão da historia e precisamos sair dela para evoluirmos.

Toda a tecnologia que dispomos atualmente, só foi possível graças às descobertas matemáticas que deram asas a essas criações. Aí nos perguntemos: quando foram estas descobertas? Há décadas e séculos. Ainda se pode dizer que somos uma sociedade do conhecimento quando, dificilmente, criamos algo, mas, diariamente reproduzimos o conhecimento alheio?

Acredito que sejamos uma sociedade aprendente. Evoluímos diariamente em ciência e tecnologia, mas regredimos drasticamente, em questões de valores, ética, afetividades, respeitos mútuos, carismas, boas atitudes, sensibilidades (esta já é sinônima de fraqueza e não de amor ao próximo). Aprendemos algo novo todos os dias, mas nunca deixamos de ser preconceituosos, excluímos os portadores de deficiências físicas, os negros, os analfabetos, enfim, todos os menos favorecidos.

Ninguém é diferente - a ponto de ser excluso dos meios sociais - quando todos não são iguais. Aí perguntamos: Que sociedade é esta que finge ser o que não é?

É hora de repensarmos nossos conceitos, quebrarmos paradigmas. Evoluir, não quer dizer excluir e sim incluir e cogitar, mudar sempre quando necessário, estar atento às mudanças de cunho social, criar melhores condições de vida que beneficie a todos. A evolução não deve ser reles, mas de forma ordenada, condizentes com nossas realidades.

Um outro questionamento que não se cala e uma dúvida que nos faz refletir: Que conhecimento é este que nos impõe dizimar nossos próprios valores? Será a rapidez com que as informações são processadas e logo descartadas que está nos obrigando a esquecer estupendas atitudes? Falar um bom dia para as outras pessoas, dizer um muito obrigado, disponibilizar ajuda ao próximo sempre que necessário, é demais para nós seres humanos? ...E, como se não bastasse, está em fase terminal o próprio valor da palavra, o real foi substituído pelo abstrato, pela aparência. Atualmente, o que mais nos importa é o que mostra a publicidade e não o que sabemos que realmente existe. Infelizmente, quase tudo se tornou normal, as guerras que vemos todos os dias quando ligamos a TV, as mortes, o desemprego, a falsidade dos políticos etc. A reflexão existente é passageira. Muitos já desprezam a própria honestidade, esta já não condiz com nossa realidade, submeti-se ao poder.

“A pior hora para reconhecermos nossos erros é depois que já choramos com orgulho de não reconhecê-los”.

Se somos eternos aprendizes, devemos pensar em nossas atitudes diariamente.