Um Ponto Fora da Curva: A Linha Direta do Poeta
Fiquei surpreso ao ler/reler Um Ponto Fora da Curva, do poeta, professor universitário e publicitário Francisco LAERTE Juvêncio MAGALHÃES. Foi uma noite de insônia profunda, pescando um poema aqui, outro alhures, sem nenhuma sistematização ou método: abria o Livro – belíssimo projeto gráfico – e dava de olho em um poema.
O professor-irmão-amigo já o conheço desde os tempos universitários, bem como sua trajetória literária, desde “Porão”, “Não Há Vagas” e “Cian Sobre Todas as Coisas”. A surpresa, frise-se bem, leitor/internauta amigo, positiva, de espanto com a ascensão vertiginosa da qualidade estética do Poeta. Isto é, Laerte Magalhães chega aos cinqüenta anos de vida maduro literária e existencialmente, um pouco “niilista” com a sobrevivência.
O que é interessante em Laerte Magalhães é a simbiose entre o erudito e o popular, o oral e o escrito. Salta aos olhos a “melopéia” gostosa, o ritmo musical – um CD acompanha o livro -, simples e sofisticado. Também Laerte vê a realidade com olhos de petista – oí, Laerte, perdoe-me! – desenganado pelo (des)governo de todos os tempos e como Homem que sofre/vive o (des)prazer da vida e seus percalços.
Como a vida, Um Ponto Fora da Curva é cheio de altos e baixos – céu e terra, vê “Há Deus” -, de descidas e subidas, arrancadas e estancadas. Todavia, é fácil percebermos que não estamos diante de um “poeta comum”, mas de um homem que vê sensivelmente as coisas, com graça, ironia e sutileza, mesmo nos momentos er(r)óticos.
As pérolas estão aí, visíveis, leitor/internauta, é só acompanhar a envergadura do espaço estético curvo em que se movimenta Laerte Magalhães. Ademais, como a vida/existência, a verdadeira poesia comove, incomoda e acende luzes na escuridão dos sentidos.