A Prática Distorce a Ideologia

Para não alimentar expectativas, faz-se necessário avisar que este texto trata-se de: compartilhamento de trechos de artigo de autoria de Joseph E. Stiglitz, reconhecido por defender a doutrina liberal, como o melhor sistema para o governo dum país, a mesma defendida pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; e de reflexão sobre distorções expostas.

O compartilhamento tem como objetivo o de servir à reflexão sobre a causa dessa distorção entre o pensar e a ação, entre teoria e prática. Todos os trechos são críticas de reconhecido liberal à prática liberal do presidente Trump.

Artigo “A verdade sobre a economia Trump” de Joseph E. Stiglitz, traduzido por Carolina Ferreira, do qual se destacam os trechos:

“A expectativa de vida nos EUA, já relativamente baixa, caiu em cada um dos dois primeiros anos da presidência de Trump e, em 2017, a mortalidade na meia-idade atingiu sua taxa mais alta, desde a Segunda Guerra Mundial.”

“...mortes por desespero, causadas por álcool, overdose de drogas e suicídio. Em 2017 (o ano mais recente para o qual existem bons dados disponíveis), essas mortes atingiram quase quatro vezes o nível de 1999.”

“... as perdas relacionadas às mudanças climáticas já atingiram novos níveis máximos nos EUA, que sofreram mais danos à propriedade do que qualquer outro país - atingindo cercas de 1,5% do PIB em 2017.”

“ ... mesmo com investimentos fracos, os EUA tiveram que tomar empréstimos maciços no exterior: os dados mais recentes mostram empréstimos estrangeiros em quase US$ 500 bilhões por ano, com um aumento de mais de 10% na posição de endividamento líquido da América em apenas um ano.”

“... as guerras comerciais de Trump, apesar de todo o seu som e fúria, não reduziram o déficit comercial dos EUA, que foi um quarto mais alto em 2018 do que em 2016.”

“ ... a economia Trump fica aquém. O crescimento do último trimestre foi de apenas 2,1%, muito abaixo dos 4%, 5% ou 6% que Trump prometeu entregar, e ainda menos que a média de 2,4% do segundo mandato de Obama.”

Depois de seu rosário de críticas, o articulista fecha com reprovação das práticas liberais do presidente Trump.

“Portanto, Trump merece notas baixas não apenas em tarefas essenciais, como defender a democracia e preservar nosso planeta. Ele também não deve ser aprovado em questões de economia.”

Acredito que seja entendimento de todos os leigos, como eu, em doutrinas sobre sistemas propostos ao governo de nações, que nenhuma delas se sustentaria se seus objetos, se seus resultados fossem: a manutenção dos níveis de miséria; o crescimento do endividamento; a redução da produção de riquezas; a redução da expectativa de vida; o aumento da mortalidade infantil; a destruição da natureza; a manutenção do subdesenvolvimento do povo, a insegurança social...

Se analisarmos o conteúdo das críticas, anteriormente destacadas, concluímos que o liberalismo propõe, segundo nosso entendimento, conforme todos os sistemas propostos, consecução de resultados diferentes, no caso, até opostos, dos alcançados pelo governo Trump.

Assim, como esse caso exposto, existem gama interminável de outros exemplos na história de nossas civilizações, seja com a doutrina comunista, ou capitalista, ou social democracia...

A partir dessa argumentação tem-se a intenção, de chegar à causa determinante que, durante nosso itinerário civilizatório, de maneira ampla e geral, transformaram à beleza, a bondade, o amor, a justiça e a sabedoria contidas nos pensamentos deixados por iluminados, filósofos e outros que, criaram a ciência, a arte e a religião e, numa presença constante da tríade: opressão, concentração e centralização causadora dos quatro cavaleiros do apocalipse: peste, fome, guerra e morte.

Essa desastrosa transformação ocorre devido nos atarmos a um estado selvagem de consciência. Reduzindo á expressão mais simples: Ideologias formuladas por estados de consciências desenvolvidos são distorcidas na implantação por estados de consciências selvagens.

Somente em estados de consciência muito mais evoluídos aprenderemos a amar, teremos capacidade de parir a tão almejada civilização de paz, justiça, liberdade, preservadora da natureza, em permanente desenvolvimento humano e de pleno bem estar social.

Conhecemos muitas dicas para sairmos desse estado selvagem. Cada comunidade tem as suas, entretanto, esse processo é tão árduo e difícil, portanto tão lento, que nesses cinco mil anos de civilização, pelos resultados alcançados, concluímos que muito pouco se caminhou e, para alguns, agregou-se, ainda, mais selvageria.

Sem reconhecer esse estado de consciência bárbaro, a evolução não ocorrerá. A sabedoria protagonizada pela máxima deífica “conhece-te a ti mesmo”, no oráculo de Delfos, continua mais do que atual e necessária, bem como é ação eficaz para o desenvolvimento civilizatório.

Como, em última instância, as civilizações são integrais de nações e estas de indivíduos, então, tanto atual, quanto urgente: “nações conheçam-se a si próprias”.

J Coelho
Enviado por J Coelho em 11/02/2020
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