O "Rei"

O “Rei”

Por Chagas Ferreira*

O Xadrez em um jogo de raciocínio lógico que também é considerado um esporte, tem a sua história originada no Século VI D.C. na índia, com questionamentos acerca de sua origem, é bem verdade; da índia se espalhou para a China, Pérsia, chegando à Península Ibérica por volta do ano de 1.492, ganhando então, a partir daí, difusão de suas regras e adeptos pelo mundo inteiro.

A essência do jogo consiste numa batalha infinita de estratégia e inteligência emocional por parte dos jogadores oponentes, disputado em um tabuleiro de 64 espaços geométricos, quadrados, organizados em 8 linhas e 8 colunas, onde estão dispostas 32 peças, 16 para cada jogador. O embate se desenvolve, então, numa extraordinária, frenética e infinita combinação de estratégias voltadas para o objetivo final, a vitória, materializada pelo “Xeque”, ou “Xeque-mate”, aplicado ao “Rei” oponente.

As 32 peças, em posições rigorosamente pré-definidas e dispostas no tabuleiro, sendo primitivamente 16 peças brancas e 16 peças pretas, que por meio de sorteio, o detentor das peças brancas inicia o jogo, composto das seguintes peças: 1 Rei; 1 Rainha (Dama); 2 Torres; 2 Bispos; 2 cavalos e 8 Peões, sendo que o “Rei” é a peça mais importante, pois não pode ser capturada; no entanto, não é a que possui maior poder, fato este, destinado à Rainha (Dama).

Um ponto de destaque são os peões que com o seu trabalho obstinado, tenta a todo custo, juntamente com as demais peças, proteger ao seu “Rei”, sendo que é a única peça que ao atingir a última fileira (linha) do tabuleiro destinado ao oponente, é promovido a qualquer peça do tabuleiro, exceto, o “Rei”, caracterizando-se assim o valor e a valentia que possui os seus movimentos no tabuleiro.

A existência humana testemunha e protagoniza, no tabuleiro geopolítico mundial, vários tabuleiros de xadrezes, tais como: o da vida, o da política, o da economia, o das relações interpessoais, o da família e, tantos outros.

Não obstante, a tudo isso, observamos no conturbado momento atual, entenda-se todo o globo terrestre, a visualização de um evento histórico, que certamente comporá a enciclopédia futura, como o “maior da história da humanidade nos tempos contemporâneos”, tal a sua avassaladora destruição: seja sanitária, seja psicológica, seja econômica, seja no todo, denominado “NOVO CORONAVÍRUS” ou “COVID 19”.

Aterrissamos, pois, no Tabuleiro de Xadrez denominado Brasil - nosso querido e amado país -, Século XXI; de um lado do tabuleiro temos um “Rei”, os governantes: que protagonizaram ao longo do período republicano, para não alongar muito, um filme catastrófico, usando uma dose cavalar de eufemismo, ou caótico, onde o cenário, principalmente o político, apresenta patologias morais das mais graves insculpidas naqueles que têm o dever, não o direito, de conduzir os destinos do país: de forma segura, honesta, proba e de ilibada conduta, enquanto gestor público.

A despeito de tudo isso, o que vemos então: um descalabro total, arroubos de arrogância, de soberba, onde abrutam-se de condutas descompensadas e desvairadas, com um único objetivo: explícito, protuberante, que aflora e afronta a dignidade e o respeito pelo povo, qual seja: a locupletação, o empoderamento do interesse e da supremacia públicos, confiscando para si, todo e qualquer tipo de domínio de poder, flagelando e fragilizando qualquer tipo de opositor.

Nesse mesmo tabuleiro, oposto ao “Rei” (políticos), temos o “Rei” (povo), oponente fraco: que de forma exponencial corrobora com os ditos governantes, com sua omissão, com sua conivência, com seu desregramento moral e, por que não dizer, formando o principal ingrediente desse bolo: macabro, nefasto, fétido, promíscuo e pérfido, chamado Brasil, assumindo posturas que se arrastam ao longo da história deste país no mínimo trágicas, descompassadas com o honesto, com o reto, com o digno.

O contexto do tabuleiro de xadrez político atual remete-nos a um conturbado emaranhado de matizes ideológicos, carimbados de pesadas doses de maniqueísmo, por que não dizer, até herege, pois a forma vil, rasteira, rameira de disputar-se a partida, chama-nos a atenção.

Modelos ideológicos, comprovadamente fracassados, arvoram-se como sendo a tábua de salvação, onde os incautos, facilmente usados como ovelhas mansas pelos lobos vermelhos, configuram-se como o ardil perfeito neste tabuleiro de xadrez, liberando doses cavalares de energia cinética, que ao deleite do “Rei” (políticos) podem transformar-se numa turba feroz e voraz lutando por “pseudo democracia”, por exemplo.

Concluindo parcialmente, a premissa complicada que resolvi discorrer, resta-nos, protagonizando os 8 peões do tabuleiro do xadrez político de momento, auxiliado pelas demais peças, multiplicarmo-nos e lutarmos para proteger e evitar o “Xeque” no nosso “Rei” atual, que foi entronizado, não por herança monárquica, mas pelo sufrágio universal do voto, por justamente enveredar-se numa trincheira de honestidade, probidade e enfrentamento velado ao sistema oligárquico nefasto que vigora e impera nesse tabuleiro.

Assim, curvando-nos a ele “Rei” por meio da luta e proteção diária incansáveis, buscando a todo custo a ruptura com os modelos e paradigmas enojados, sujos, abjetos, sórdidos e horripilantes outrora praticados em nossa política; que sejamos vetores fiéis aos desígnios de Deus, aos dogmas cristãos, afastando-nos do alinhamento perverso e sanguinário das ideologias anteriormente citadas, que não comunguemos com “os estupros diários do óbvio”, muito claramente visível no episódio do “Coronavírus”, ora vivido.

Rematando, pois, temos que proteger aos nossos “Reis”, em primeiro plano o nosso Presidente da República, eleito pelo povo, para jamais permitirmos que os “Reis” oponentes - imundos e pérfidos de momento ponham-no em “Xeque” e apliquem-no o “Xeque-Mate”, sempre rogando ao “Rei Maior” Deus, misericordioso e justo, serenidade, sabedoria, paz e luz. Para sempre Deus seja louvado.

CHAGAS FERREIRA é Capitão R/1 do EB, turma EsSA Inf/85.