POESIA

POESIA

“A poesia está nas ruas.

A poesia está no ar.

A poesia está no outro.

A poesia está em cada canto.“.

Fernando Paixão

A arte deve está presente em cada ato do cotidiano, tal como a respiração, porque somos todos providos de sentidos , somos artistas, se atentarmos para esta verdade daremos um salto muito grande na arte de viver, pois o objetivo consiste em despertar o ser poeta que está muitas vezes escondido.

Selecionar gesto, palavra, forma, cor, movimento é buscar clareza e simplicidade no modo de dizer, cria algo novo, um novo olhar sob outro ponto de vista. Ser poeta é ler o mundo, descobrir as mazelas, perceber o ser latente no útero materno e paterno que transforma. Portanto o importante é escrever o que se sente, recriar o significado da palavra que causa estranhamento, pois “(...) a poesia é um corpo estranho nas artes da palavra” , manifestação cultural de luta e resistência.

“Age como um fogo rápido que esquenta a frieza do dia – a – dia e desvenda fatos reais através de uma lente especial: sensibilidade”. , isto é, “Conviver com a poesia permite – nos está de olhos mais abertos, olhando além do que se vê, percebendo outros detalhes dentro dos contornos visíveis.”

Logo, linguagem é um sistema simbólico de signos verbais e não verbais, são expressões de comunicação entre nós, que permite o nascimento da arte, isto é, “não existe arte e particularmente poesia, sem imagem”.

Embora as cores, imagens, palavras, não constituem substancia concretas são palpáveis, isto é, a comunicação de algo mais além do concreto, do visto, fruto da transformação humana. Portanto o poema acontece como experiência captada, sistematizada, transformada em possibilidades e utopias.

O poeta abraça o símbolo no seu instante mais vivo, o instante criador, em que algo o penetra, faz do “útero” morada da palavra que pulsam a poesia, nova maneira de respirar o mundo, recriar seu ritmo impulsionado pela intuição do desejo de viver. Pois a “poesia não se esgota ele cria modelo de sensibilidade” Liberta o pensamento num novo espaço em outro tempo, é a armação simbólica, sobre a página que oferece esperança e intimidade ao ser lapidado, “palavras” .

Para Drummond pode-se dizer que é a arte da palavra, pois “penetra surdamente no reino das palavras/ Lá estão no poema que espera ser escrito” Sendo arte exige conhecimento, sensibilidade e paciência, um trabalho que à vezes assemelha a uma luta. “Lutar com as palavras/ é a luta mais vã. / Entanto lutamos mal rompe a manhã. /.../ Palavra, palavra/(digo exasperado. / Se me desafia/ aceito o combate”).

Quanto mais constante e diversificado for o contato com o Universo Poético, mais atento será o nosso olhar. Ler poesia nos ensina a olhar, sentir e saborear a vida no silêncio que desenha o texto poético ou no som rústico do trovão.

Márcia Plana

Márcia Plana
Enviado por Márcia Plana em 13/11/2005
Código do texto: T70794