ACONTECIA SEMPRE AOS DOMINGOS

Era um domingo quando a vi sentada no banco da praça em frente de casa. Faz muito tempo, mas foi a partir dali que, sempre fazíamos da praça, rodeada de verde, o nosso local para conversarmos de tudo, principalmente, sobre história e literatura. O tempo não era suficiente e sempre ficava o restante da prosa para o próximo domingo. Foi na praça que ela me apresentou um dos livros da confrade Nilza, que eu não li, devorei! Eu a admirava pela memória que tinha em guardar tudo, parecia uma enciclopédia ambulante. Continuávamos indo a praça e a conversar de tudo um pouco. Minha amada amiga e confrade, nutria por mim, admiração e afeto, dizia que me admirava como a filha que eu era para minha mãe e pelo meu esforço em fazer do meu sobrinho a pessoa que ele é, educado, estudioso e respeitador. Eu ficava lisonjeada e agradecia o reconhecimento, porque sabia ser muito sincero. Ela amava escrever, um dia, mostrou-me o que estava escrevendo para os filhos, achei tão lindo! Assim, como o livro de poesias EU! Tive o privilégio de acompanhar todo o seu desenvolvimento desde o desenho da capa, como as poesias. Na maioria das vezes íamos juntas a AJL - Academia Jacobinense de letras, alegres e felizes por encontrar os amigos e confrades. Ela amava tudo isso e me dizia, para nunca deixarmos o brilho da mesma se apagar. Assim era minha amada e querida amiga, Doracy Lemos (Dora) que, partiu e deixou a nossa praça, faltando uma flor. Aos domingos, ainda, abro o portão de casa e vejo a praça que já não é a mesma porque falta ELA!

Saudades de ti, DORA!

Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 17/12/2020
Reeditado em 19/12/2020
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