OJUARA: DO CORDEL AO CINEMA

Tâmara Lyz Milhomem de Oliveira (Graduanda Letras Português – UESPI)

Este estudo tem como objetivo analisar como o cinema incorpora os elementos da oralidade presentes na cultura popular encontrados nos folhetos de cordel. Sendo ambas manifestações culturais que se inter-relacionam através da imagem, verifica-se que o cordel trabalha com o imaginário de seu leitor partindo de elementos que já fazem parte da realidade de seu público. Enquanto o cinema é a escritura através de imagens físicas, utilizando-se de recursos estéticos. O corpus para o desenvolvimento deste trabalho centraliza-se no filme, O homem que Desafiou o Diabo de Moacyr Góes e o livro, As pelejas de Ojuara de Nei Leandro de Castro, inspirado em narrativas do cordel. Ambos possuem relação direta com a oralidade, com características inerentes ao código verbal. Em uma sociedade onde a formação de grande parte da população não é baseada em uma memória escrita a oralidade e a imagem se sobrepõe, observa-se que ambos os textos são contemplados pela formação oral-visual do público de massa. O cordel vem sendo utilizado pelo cinema, pois dessa forma o público é sensibilizado pelo seu formato e pela familiaridade com as narrativas populares. Este trabalho discorre sobre as relações existentes em ambas as linguagens, literária e cinematográfica.

Palavras-chave:intertextualidade, linguagens, cinema, cordel

1.Introdução

Nesse estudo será enfocada a intertextualidade existente entre o filme O homem que desafiou o diabo, o livro As pelejas de Ojuara, a incorporação deste último de elementos das narrativas de cordel. O filme trata da história de Jozé Araújo, um boêmio apreciador e compositor de rimas cordelísticas, freqüentador de cabarés e que tem sua trajetória cruzada por uma turca, após tirar a virgindade desta é obrigado a se casar. Durante quatro meses o personagem passa por seguidas humilhações, provocadas por sua esposa. Um dia, ao ouvir um cordel sobre sua situação se revolta, destrói o armazém do sogro e dá uma surra na esposa. Após essa nova tomada de posição pelo personagem, ele solicita seu atestado de óbito de José Araújo e a certidão de nascimento de Ojuara. Nesse momento o herói nasce, aquele antes submisso passa a ser corajoso, valente, segundo o livro o personagem cresce em todos os aspectos, físico e psicológico. No que diz respeito ao livro As pelejas de Ojuara, de Nei Leandro de Castro, é permeado de motes e rimas característicos da literatura de cordel, traz dessas narrativas seus personagens, mitos, conflitos em um conjunto de elementos advindos do imaginário popular retratados também no filme.

2. Literatura popular

A literatura de cordel é caracterizada como manifestação popular, com raízes fora do Brasil, chegou até nós a partir dos colonizadores, resistiu muito tempo e continua com muita força dentro da cultura nordestina. Não sem razão, suas narrativas contemplam o contexto social de seu público, com uma linguagem relativamente simples, porém muito rica que abrange muitas marcas da oralidade, como neologismos, gírias, característicos do texto verbal. Além da preocupação com o ritmo e sonoridade do texto.

O cordel é um texto que perpassa pelo verbal e pelo escrito, suas narrativas vendidas até mesmo em feiras, são lidas, declamadas, memorizadas e divulgadas. Possuem um público variado e podem chegar inclusive nos que não sabem ler. Apesar de traços informais esta literatura obedece geralmente a um formato, estrofes com seis versos que são geralmente de sete sílabas cada um, reflexo do cuidado com a sonoridade, que se explica pela facilidade que o texto obtém de ser memorizado, quando sonoro e ritmado.

3. O cinema

Tratando das peculiaridades do cinema pode-se dizer que ele consiste simultaneamente em arte e técnica, é considerada como uma forma de registrar acontecimentos ou de narrar histórias, denominada a sétima arte, desde a publicação do Manifesto das Sete Artes pelo teórico italiano Ricciotto Canudo em 1911, citado por Urrutia:

Arquitectura, música, pintura, escultura, poesia y danza, com ellos el hombre precisaba su sueño de perpetuación eh el tiempo y en el espacio. El cinematógrafo llega a añadirse a lãs seis artes anteriores, pero no lo hace como una más: participa a la vez de los carateres de lãs artes inmóviles e de las artes móviles, de las artes del tiempo y de las de espacio. El cine cierra siempre segun Canudo, e de modo triunfal, el círculo estético con la fusión total de las arte. El cine , el septima arte, es la poderosa sintesis de todas las artes. (CANUDO, 1984 p.125).

Desta forma o cinema torna-se uma mídia completa, pois trabalha a narrativa de uma forma mais clara e concisa que outras formas de manifestações artísticas, dado seu caráter de multiplicidade de significados e a capacidade do telespectador (leitor) de interpretar os diversos signos que este imprime.

No tocante a história do cinema, é marcada por dois momentos distintos: do cinema mudo e do cinema sonoro. No primeiro há uma sucessão de imagens estáticas em seqüência para criar a ilusão de movimento. Enquanto que no cinema sonoro, além do movimento pode se contar com os recursos sonoros para a construção de sentido das narrativas. O som no cinema segundo Fabio Lucas, partiu da seguinte situação:

Com a descoberta dos neurologistas, de que o lado esquerdo do cérebro é o centro da linguagem, pois abriga a razão, a lógica, a memória e a associação inteligente de idéias e percepções; por sua vez, no lado direito situam-se a visão, a imaginação e a música, enquanto o cérebro processa constantemente os dois hemisférios afim de que funcionem em velozes conexões harmoniosas (LUCAS, 2007 p.10)

A partir desse conhecimento o cineasta Jean-Claude Carrière defende a união entre a linguagem verbal com a linguagem visual, nascendo assim o cinema falado, onde os recursos sonoros são utilizados na construção de sentido, tornando-o mais completo. O cinema consegue ir além da linguagem visual, ampliando o sentido da narrativa por meio da descrição dos objetos filmados, movimentos, expressões, gestos, olhares das personagens, utiliza-se da técnica (montagem das imagens), do sonoro (músicas, ruídos, grãos, tons, tonalidades das vozes) e do audiovisual (relação entre imagens e sons).

Alguns diretores

Comumente alguns diretores tem reservado espaço no cinema para a exibição de grandes obras literárias a partir da constante adaptação destas para o cinema. Pio Baldelli, aponta quatro possibilidades nas adaptações de obras literárias para o cinema:

1) saque puro, consiste numa redução simplista da obra; 2) obediência e respeito ao texto original, onde o conteúdo da obra literária é passado ao espectador, mas a linguagem cinematográfica é apenas complemento do texto; 3) parceria entre o autor da obra e o diretor do filme, onde se tenta completar o texto com as adições permitidas pelo cinema; 4) criação de uma obra autônoma, “nutrida por estímulos culturais originais e independentes” expressados pelo meio cinematográfico. (CANDIDO, 1977)

Por esta razão pode-se analisar a linguagem cinematográfica através da ciência geral dos signos, isto é, a semiótica que se ocupa no estudo do processo de significação ou representação na natureza e na cultura do conceito ou da idéia. Assim o cinema (re) cria o mundo com sons, luz e movimentos em busca de uma nova realidade.

3.1 Cinema novo

Imbuído do desejo de criação de uma identidade nacional, surge o Cinema Novo que floresceu nas décadas de 1960 e 1970, onde a criação fílmica baseado em obras literárias, procura despertar uma visão crítica da realidade brasileira. Tinha por objetivo desenvolver uma linguagem cinematográfica descolonizada do cinema estrangeiro, conseqüentemente tem-se uma valorização das manifestações artísticas e culturais do país contrapondo a cultura de massa imposta pelos cinemas estrangeiros.

Os “cinemanovistas” acreditavam que sua arte contribuiria para a solução dos problemas sociais do Brasil, a partir dessa visão estes procuravam valorizar a cultura brasileira, representada pela cultura nordestina, com suas manifestações artísticas tais como a música, a dança e especialmente a literatura. Mas o que não deixa de ser uma visão distorcida e preconceituosa do sertanejo, pois estes descreviam um nordeste idealizado e distante do real, dando ênfase a uma visão particular do diretor.

4. Arte da palavra a arte da imagem

Literatura e Cinema são consideradas por Manoel Francisco Guaranha como categorias distintas de uma forma do conhecimento humano: a arte. De acordo com o autor, apesar de estarem em categorias diferentes, a literatura como a arte da palavra e o cinema como a arte da imagem em movimento:

“(...) inter-relacionam-se à medida que a palavra tem a capacidade de evocar em nossa imaginação imagens semelhantes àquela que vemos projetadas em uma tela; e o filme, por sua vez, para chegar à concretização parte da palavra: a concepção nasce do roteiro, as falas das personagens têm função primordial e a música e os ruídos são elementos fundamentais na sua composição” (GUARANHA, 2007 p. 25)

A literatura se realiza na palavra, porém o discurso literário possibilita, a partir da leitura, a construção de imagens. O que verbalmente é proposto por um romance consolida-se, instantânea e gratuitamente, na imaginação do leitor.

O cineasta dispõe de uma linguagem mista: da comunicação visual e da comunicação sonora. Ambas para serem interpretadas necessitam de uma leitura. Dessa forma o figurino, as cores predominantes no filme, a sonoridade utilizada em cada cena, pressupõe uma leitura que auxiliam no entendimento do todo.

A transposição da narrativa As pelejas de Ojuara para o cinema implica na utilização dos recursos para se concretizar o sentido da obra. Na literatura o autor detém somente da palavra, já no cinema o diretor dispõe de uma linguagem mista: a linguagem visual- imagens, cores, figurino etc., sonora – trilha sonora, ruído e a linguagem verbal - fala das personagens e o roteiro.

A linguagem visual no filme O homem que desafiou o Diabo é bem marcada pela utilização de cores distintas que pontuam momentos importantes da narrativa; a cor amarela presente em vários momentos para demonstrar a alegria, felicidade dos personagens dando um realce maior a cena e a cor azul para denotar os momentos difíceis de tensão.

Quanto aos recursos sonoros percebe-se a grandeza da trilha sonora tendo por carro chefe a música Não Grude Não de Gilberto Gil, que compôs especialmente para este filme. Outros sons marcados ao longo da narrativa fílmica são as trilhas que servem como pano de fundo para momentos marcantes da trama é percebível a semelhança musical com as musicas da banda Nação Zumbi, esta que é marcada intrinsecamente pelo maracatu, e por outros elementos regionais, sons que bem representam o nordeste. Além de outros ruídos que o diretor dispõe para enriquecer o filme, como no casamento de Ojuara onde se percebe a angústia do protagonista através dos sons de chicotadas que somente ele ouve e sente, representando o sofrimento que o enlace provocaria em sua vida.

Outro recurso cinematográfico marcado no filme é o movimento, a posição das câmeras, que o diretor Moacir Góes se utiliza para dá vida a cena, como na cena onde Jozé Araújo se transforma em Ojuara, as câmeras giram em torno do personagem que fica ao centro, dando a noção de tempo.

5. Intertextualidade

5.1 O encontro dO homem que desafiou o Diabo, As Pelejas de Ojuara e o Cordel

Existem entre o filme e as narrativas de cordel vários pontos de intertextualidade, sabe-se que nenhum texto é novo como afirma Kristeva, 1974:

“(...) todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de outro texto.”. (KRISTEVA, 1974, P. 64)

Os textos analisados estão em consonância com essa afirmação, com a idéia de encontro entre textos. Centramos o nosso olhar para um filme, um livro, e as narrativas de cordel, e como cada uma dessas mídias passeia uma pela outra paralelamente. O cinema aborda de forma diferente uma narrativa que advém da escrita, e coloca seus valores e peculiaridades, a narrativa é cheia de características orais e permeadas por outros textos anteriores que se encontram nas narrativas de cordel. A linguagem cinematográfica toma para si personagens e acontecimentos advindos do nordeste, o diretor tenta retratar esses elementos através da linguagem cinematográfica, escrevendo através de imagens aquilo que o autor do livro colocou em palavras.

As temáticas abordadas pelos cordéis são mais uma forma de tocar seus diversificados leitores, que o filme toma para si, quando mostra elementos do imaginário popular. Nas narrativas é trabalhado o mágico, se faz uma retomada do nosso folclore, onde se percebe a vasta abordagem e até a criação de mitos. Esse emaranhado de outros discursos, se baseia em um livro que tem como inspiração narrativas populares e elementos deste imaginário, como afirma o próprio autor:

A pesquisa foi feita não somente em livros, mas na minha memória e na minha emoção (...) em 1984, juntei todas essas lembranças. (CASTRO, 2005)

No filme são mostrados personagens como; Os Velhos da Noite; que estão ali desde a época da escravidão e não são matéria, seres formados apenas pelos ventos da noite; Mãe de Pantanha, uma belíssima mulher desejada e temida por muitos, pois segundo Os Velhos da Noite, ninguém sobreviveu a uma noite com ela.

São reveladas ainda profecias, como a terra de São Saruê, que é descrita no Cordel Viagem a São Saruê, de Manuel Camilo dos Santos, como um lugar maravilhoso permeado por montanhas de rapadura e rios de mel desperta grande interesse no personagem Ojuara. Os folhetos que abordam profecias têm proximidade com os almanaques populares, publicados anualmente, indicavam previsões astrológicas, mostrando como seriam as perspectivas para o ano seguinte, mais era comum o almanaque enveredar por profecias.

São bastante recorrentes as figuras de heróis, que estão em consonância com o contexto nordestino, são mostrados cangaceiros e vaqueiros, personagens desbravadores, que permanecem na imaginação e até mesmo na vida de alguns quando se diz respeito aos vaqueiros. Ao retratar esses personagens se obedece aos anseios daqueles que são simples, porém honrados.

Figuras que fazem referência aos heróis das novelas cavalaria, possuidores de armaduras e um cavalo que os acompanhava sempre, no filme, o corajoso nordestino tem sua armadura, que é seu jibão e toda sua roupa de couro, que servem para lhe proteger da vegetação do nordeste e para evocar a simbologia representada pela sua roupa, do vaqueiro, do homem livre. Os heróis do cordel, representado no filme por Ojuara, geralmente defendem sua honra com lutas e muita coragem em duelos com animais, seres deste mundo e até mesmo do outro mundo.

Dentro da linguagem cinematográfica percebe-se a abordagem de conflitos também comuns às narrativas de cordel, os desafios entre cantadores/cordelistas estão presentes em uma briga de rimas entre Ojuara e o personagem Lombroso. Com peleja familiar a outras comuns na literatura de cordel, como A Peleja de Manoel Riachão Sobrinho com José Maneiro, Peleja de Vicente Sabiá com Antonio Coqueiro cordéis de José Pacheco.

É mostrada a luta pela honra do herói em briga com outro personagem, Zé Tabacão, os dois entram em conflito por uma mulher e Ojuara sai vencedor. Outro ser a ser vencido é um animal, um boi mais especificamente, que nenhum outro vaqueiro consegue dominar, mas Ojuara em sua primeira tentativa o faz. É enfocada a luta entre Ojuara e o Diabo, trazendo ao personagem a representação do bem e o Diabo surge como antagonista o representa o mal, essa a luta entre bem e mal é facilmente encontrada em folhetos e evidenciada no filme, Ojuara consegue sair vencedor de mais uma batalha.

5.2 Do cordel para o cinema

As palavras abstratas passaram para o físico na composição de imagens, perceptível na composição dos personagens seus figurinos e maquiagem, a transfiguração do elenco para elementos da narrativa. Existem cuidados relacionados a ambientação da obra, mais uma vez o imaginário de Nei Leandro de Castro e de seus leitores converte-se ao filme, ao cenário e ambientações realizados pela visão do diretor Moacir Góes e sua equipe. O filme possui uma situacionalidade que o diretor tenta obedecer pontuando a “nordestinidade”, as características comuns a região nordeste. É possível perceber a força, a doçura, a festividade, o erótico, o colorido, o imaginário que é descrito no livro e que pode ser percebido no filme.

Os textos analisados estão em comunhão, obedecendo ao conceito de Marcushi de intertextualidade;

O que se pode dizer é que a intertextualidade, mais do que um simples critério de textualidade, é também um princípio constitutivo que trata o texto como uma comunhão de discursos e não como algo isolado. (MARCUSCHI, 2008 p. 132)

Se encontram quando tratam de assuntos do contexto do público, as temáticas são recorrentes aqueles que possuem seu cotidiano permeado pela figura do vaqueiro, do sertanejo, de mulheres fortes, um interlocutor que já vivenciou de alguma forma a caatinga e que têm um imaginário permeado por particularidades de uma cultura

Outro ponto valorizado pelo público de massa é a aproximação do oral no que diz respeito aos cordéis e ao oral/visual no cinema, as mídias analisadas mais uma vez condizem com as expectativas dos seus leitores, analisando essa preferência pode-se tomar em conta a afirmação de Milton José de Almeida:

Ver filmes analisá-los, é a vontade de entender a nossa sociedade massificada, praticamente analfabeta e que não tem uma memória da escrita. Uma sociedade que se educa por meios de imagens e sons. (ALMEIDA,1994)

Como cita o autor maior parte da população não possui uma memória escrita, somos uma sociedade formada pela memória oral-visual, a televisão e o grande número de analfabetos no país estão diretamente ligados a este conceito. Portanto o cordel, uma literatura escrita mais que possui grandes relações com a oralidade, e o cinema que trabalha ao mesmo tempo o oral e o visual, possuem grande aceitação com o público de massa pois contemplam a seus anseios e a sua bagagem memorial.

BIBLIOGAFIA

CASTRO, Nei Leandro de. As pelejas de Ojuara. 5ª Ed. São Paulo: Arx,2006.

Secretaria de Cultura e Desporto. Antologia da Literatura de Cordel. 1980,vol. II

ALMEIDA, Milton José de. Imagens e sons: a nova cultura oral. São Paulo: Cortez 1994- (coleção questões da nossa época, v32)

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola editorial, 2008.

LUCAS, Fabio. Prefácio. In BRITO, José Domingos. Literatura e cinema. São Paulo:Novera Editora,2007.

CANDIDO, João. Relações entre o cinema e a literatura: triplo mortal sem rede. O estado de São Paulo,1º de maio de 1977.

GUARANHA, Manoel Francisco. Literatura e cinema: da palavra à imagem- adaptação e recriação. In HÖFLER, Angélica (org.). Cinema, literatura e história. Santo André: UniABC, 2007.

BALOGH, Ana Maria. Conjunções-Disjunções-Transmutações: da Literatura ao Cinema e à TV. – 2ª Ed. São Paulo: Annablume, 2005.

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