SOBRE DINHEIRO, TECNOLOGIA – FORTALEZAS E FRAQUEZAS...

O DINHEIRO não é uma força maligna. E nem o contrário: o dinheiro é uma força neutra.

O livre arbítrio e nossa arquitetura de escolhas é que estabelecem como o dinheiro atua sobre nossas vidas.

Por vezes temos crenças internas a afirmar que o dinheiro é sujo: isso vem das vezes que ouvimos pessoas interpretarem metáforas de forma subjetiva – a tal história de que rico não entra no céu... Sem contar as infinitas vezes que no tempo do “dinheiro de papel”, as mães brigavam mandando a gente lavar as mãos imediatamente, porque o “dinheiro é sujo”. De fato, convém lavar as mãos, mas aqui me refiro à força que a repetição das palavras exerce sobre o pensamento.

Antes da invenção do dinheiro, havia o câmbio, escambo ou simplesmente troca.

Os egípcios não conheciam o dinheiro: compravam e vendiam através de trocas. Plantavam, cultivavam e havia a mineração. Certamente não produziriam campanhas que ofendessem o agronegócio, risos...

Vivendo em grupos, nós decidimos primeiro trocar produtos e logo criamos o conceito de dinheiro, de valor, de lastro...

Vale a pena investigar a história para percebermos que as mídias foram evoluindo, mas a necessidade de trocarmos, pagarmos, compensarmos, permaneceu e deve seguir...

Na antiguidade, surgiram moedas.

Os Vikings usavam braceletes em ouro ou prata maciços que funcionavam como dinheiro...

Os chineses é que inventaram o dinheiro em papel.

E o papel!

Com o desenvolvimento do comércio, criamos os bancos. Os modelos parecidos começaram na Grécia, mas o modelo semelhante ao atual com transações bancárias como as conhecemos começou na Itália.

Os mercadores se reuniam, sentados em BANCOS e ali faziam seus pagamentos, empréstimos e tal. O sujeito que não honrava com seus compromissos era destituído de seu BANCO: daí o termo BANCARROTA. Banco quebrado. Em inglês, bankruptcy ( a pronúncia é algo como bankrãpci ).

Bem, precisamos nos organizar e criamos controles, inclusive financeiros.

Veio a TECNOLOGIA.

Digitalizamos tudo, integramos sistemas, criamos moedas digitais e em nosso país temos o início do “open banking” e diversos métodos de pagamento já oferecidos por outras empresas que não são bancos.

Há quem diga que os bancos estão ameaçados. Há quem esteja atualizado sobre o fato de que bancos incumbentes compram fintechs, se transformam em bancos digitais, mudam para garantir sua permanência no mercado. Há fintechs que começaram anunciando seus diferenciais de não-banco e já aguardam licença do Banco Central para virarem banco (!?)...

Lembro do gibi do Tio Patinhas: ele abria o cofre – na época do lastro – e mergulhava naquela imensidão de moedas.

No Brasil, em parte devido ao histórico hiperinflacionário, desprezamos as moedas.

Ao contrário dos americanos, abandonamos os talões de cheques.

Abraçamos os cartões de crédito com carinho, nos apaixonamos até - aumentando a dívida familiar a partir dessa e outras ferramentas de crédito...

Logo nos habituamos com transferências e agora adotamos o PIX com entusiasmo!

Antes mesmo que o WhatsApp abocanhasse o público, o BACEN, rápido, manobrou para inibir o monopólio de Zuckerberg.

Em um país cujos impostos são a maior fonte de renda para o governo, me parece claro que o controle sobre a renda seja um pilar importante.

Não defendo o sistema tributário vigente, mas parece óbvio que se criem meios de controle eficazes.

Trabalhava em uma empresa de Contabilidade quando começou a nota fiscal digital e, a partir daí, vários controles que visam não apenas organizar, mas, seguramente reduzir a evasão e a sonegação de impostos, tanto da pessoa jurídica como da pessoa física.

Preciso discordar da turma que afirma que PIX, fintechs e moedas digitais existem apenas para dizer ao governo o que você gasta e em que você gasta com a finalidade de controlar sua vida a ponto de transformá-lo em um autômato comandado pela China ou seja lá quem for o Chefe do esquema.

Aliás, recomendo a essas pessoas que estudem blockchains para ver o quanto se ganha em transparência, segurança e eliminação de intermediários...

Vemos as empresas digitais estimulando os bancos a melhorar a experiência com o cliente. O sistema “open banking” oferecendo opções baratas e adequadas ao cliente.

Não tenho nada contra o fato de os bancos faturarem: que faturem mesmo para apoiar as empresas, gerar empregos e sustentar iniciativas de infra estrutura, agricultura e tantas outras áreas.

Que bom que a concorrência chegou para convidar os bancos a diminuírem e até eliminarem certos encargos, uai!

Ingênuo qualquer portador de CPF que ache que só agora é que somos monitorados.

Ingênuo qualquer um que se conecte à rede e ache que possa estar “a salvo” por causa desse ou daquele filtro...

Você nem precisa estar nas mídias, na bolsa, comprar bitcoin ou fazer transações PIX...

Somos monitorados há tempos, bem de perto e cada vez mais.

Como é que você vai sobreviver sem estar conectado? Australopitecos?

Faça seguro, instale antivírus, não dê bobeira, tome cuidados, mas não vá viver acuado, desconfiado, malucado!

George Orwell deu seu recado.

Mas, me parece haver uma grande possibilidade de vida boa, para além da questão do monitoramento.

De fato, a tecnologia pode facilitar a vigilância.

Mas essa mesma tecnologia pode propiciar melhorias – como o exoesqueleto, por exemplo.

Resta transformar incentivos, estímulos ou “nudges” como dizem em inglês, para que as PESSOAS façam escolhas saudáveis, com critério, respeito e todos os valores bacanas que a maioria dos pais nos transmitiu.

Vejo instituições financeiras oferecendo cursos aos clientes.

Já que não recebemos educação financeira em nossas escolas, acho ótimo. Ah, mas “eles” querem te atrair para investir! E daí? Qual é o malefício em investir?

Desculpe, vivo em uma sociedade capitalista e não tenho problema algum com isso.

Aliás, historicamente, há evidências de que o comunismo só se lascou! E não vale exemplificar com a China, porque ali, o sistema “socialista com características chinesas” se assemelha ao capitalismo no que tange à economia.

Se apenas investirmos em educação.

Se apenas e tão somente investirmos em educação!

Se estimularmos o pensamento crítico, a lucidez e o raciocínio, teremos cidadãos preparados para lidar com a revolução digital, com o dinheiro, com o livro, com qualquer sistema digital, sem que isso ameace sua integridade.

O que prepondera não é a força do dinheiro. É a sua força. Quem exerce o controle é você.

A tecnologia não deve se impor sobre nós. Podemos exercer o controle – desde que nossa saúde física, mental e ESPIRITUAL estejam garantidas.

Sou cristã e acredito em Deus.

Por essa razão, afinal, não temo o GRANDE IRMÃO.

É que acredito no GRANDE PAI.

Minha força vem daí. Desde que me conheço por gente sou forte, sou brava, guerreira. Não cultivo medos. O Criador nos criou à sua semelhança.

Podemos aplicar nossa inteligência para o bem ou para o mal.

Podemos aprender através das lições de AMOR ou pela DOR

Se sou monitorada por controles criados aqui ou por vigilantes do universo cuja forma de vida desconheço, o recado para quem estiver me assistindo ou monitorando é o mesmo:

Creio em Deus, PAI todo poderoso.

Vivo FELIZ nesse mundo besta.

Tenho discernimento para fazer escolhas e, definitivamente, NÃO TENHO MEDO.

Se estamos aqui para evoluir, viva o livre arbítrio! E que se cumpram os desígnios do Criador!

Claudete Mello, 11 de janeiro de 2022

Claudete Mello
Enviado por Claudete Mello em 11/01/2022
Reeditado em 11/01/2022
Código do texto: T7427103
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