O que é pior, corrupção ou parasitismo legalizado?

Dizer o que é mais prejudicial para o país em termos de custos, a corrupção que envolve ilegalidade ou a corrupção legalizada, é difícil porque a primeira não é contabilizada, pelas suas próprias características. Quanto a segunda é possível saber com um pouco de boa vontade, através do Portal da Transparência ou simplesmente lendo as notícias.

Por exemplo, temos o recente artigo do link abaixo:

https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/https-diariodopoder-com-br-coluna-claudio-humberto-pacheco-cria-comissao-para-tentar-esvaziar-lirasubabre

Além dos dados informados no artigo, pelos números abaixo podemos estimar o quanto o parasitismo oficial pode nos custar.

O Brasil tem:

- 81 senadores;

- 513 deputados federais;

- 1.060 deputados estaduais;

- 58.200 vereadores;

- 18.100 magistrados.

Com exceção de algumas cidades onde a população exigiu que as câmaras de vereadores reduzissem seus gastos, todos os servidores citados acima nos custam mais do que seria justo em função dos serviços que prestam e da justiça em relação aos trabalhadores em geral cuja média de salário nacional é de R$ 1.667,00.

Uma possível alegação de que tais servidores têm que ter maior remuneração em função da exigência dos cargos em termos de preparo intelectual, não faz o mínimo sentido porque qualquer um deles se ficar um mês sem trabalhar a população nem vai notar a diferença, enquanto que, se enfermeiras dos hospitais ou os coletores de lixo ficarem uma semana em greve, as cidades mergulham no caos.

Para a população como um todo, todas categorias profissionais têm a mesma importância e elas deve ser remuneradas de acordo com as leis de mercado.

No entanto, algumas categorias de servidores públicos, que naturalmente fogem das leis de mercado, “cismam” que são muito mais importantes do que todas as outras e através de artifícios e conchavos, conseguem manobrar as leis para terem remunerações injustificáveis, exceto sob o ponto de vista da malandragem.

Em resumo, políticos e juízes são malandros.

Evidentemente que nos cabides dos “armários públicos” existe um número indeterminado de outros malandros.

Mas a falta de caráter de juízes como os mencionados no artigo acima, não pode ser equiparada à dos políticos, porque estes histórica e culturalmente são conhecidos pela sua inerente esperteza.

A atitude dos juízes merece um exame mais detalhado.

A elaboração de leis implica no uso da razão para realização do bem comum e não do bem particular.

Em tese nós não estamos mais vivendo nos tempos das monarquias estilo “a lei sou eu”.

Eu digo em tese, porque na prática nós temos grupos de indivíduos que têm o poder de elaborar ou influenciar na elaboração de leis cujo princípio norteador é a imoralidade e cuja finalidade é o bem particular, numa atitude típica de déspotas.

Em se tratando de Justiça, que é o princípio da existência dos juízes, temos que avaliar onde está a justiça de trabalhadores que recebem em R$ 1.700,00 brutos por mês ou menos custear parte de remunerações exorbitantes de TRABALHADORES que recebem centenas de milhares de Reais?

Juízes que citam leis imorais para justificar a injustiça, além de não ter apreço ao Direito e à Justiça, agem infantilmente como o menino João da história “João e Maria” que mostrou um rabo de rato em vez do dedo para parecer magro e não ser devorado.

O comportamento da população diante dessas anomalias que já duram décadas e prometem ser eternas, deveria ser baseado numa demonstração de maturidade e não em exaltações passageiras que só sinalizam para os parasitas que eles podem dormir tranquilos.

A população precisa dar o cheque mate nesses servidores com o argumento baseado na lógica pura e simples, que juízes que não prezam o Direito e a Justiça não servem para a função.

Dessa forma eles próprios teriam que exigir a revogação de leis e regras socialmente injustas e que afrontam o Direito, ou serem demitidos e em seu lugar seriam colocados servidores técnica e moralmente mais aptos.

A honestidade não admite meio termo. Ninguém é mais ou menos honesto ou honesto dependendo da ocasião e não existe uma alma viva mais honesta do que outra. Se é honesto ou não.

Pessoas desonestas não servem para ocupar cargos onde a honestidade é essencial.

Com relação à pergunta contida no título deste artigo, a resposta é que não devemos nos ocupar em decidir entre dois males como se um pudesse justificar a existência do outro e sim de abolir todos os males com os quais convivemos.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 14/02/2022
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