A quarta mulher.

        Nunca antes eu tinha lido esta expressão, ou ouvido falar dela. Não da forma que li neste último domingo. Procurei na internet, mas o que encontrei foi o mesmo artigo do Estado de Minas, no site Saúde Plena. Mas gostei tanto que vou pedir publicamente, aqui, permissão para retransmitir a idéia. Se a permissão for negada, apago este artigo.

      A autora da reportagem é Márcia Maria Cruz. Dado os devidos créditos, agora eu tomo o contrôle da palavra. 

       Isabelle Anchieta de Melo tem um currículo de fazer inveja. ´Mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais no curso de Comunicação Social - Fafich e pesquisadora pela mesma instituição no grupo "Jornalismo, Cognição e Realidade". O objetivo desse grupo é sistematizar, contextualizar e analisar as Teorias do Jornalismo. Como pesquisadora, é ela quem está divulgando esta teoria da Quarta Mulher, baseada em uma sólida pesquisa que abrange desde as representações da Pré-História às propagandas atuais. Através desta pesquisa é que Isabelle define a Quarta Mulher, que é a Mulher Contemporânea. 

       Segundo a pesquisadora, ao longo da História foram sendo criadas várias imagens sobre as mulheres. Estas imagens podem ser divididas em quatro momentos: 1 ª,2ª.3ªe 4ª Mulher. Pelo que compreendi da reportagem, e se estou errada, quem a leu também me corrija, é que nos três primeiros momentos a mulher era vista pela ótica masculina, fosse a mulher - mãe, da pré -história, cultuada pela fecundidade, a desqualificação total da mulher  na Grécia Antiga, onde o ideal de beleza era o masculino e o papel da mãe foi relegado ao segundo plano ( a mulher gestava mas o homem transmitia a alma, pela relação sexual).A segunda Mulher começa no Renascimento, quando se inicia o culto a Virgem Maria e as mulheres começam a ser bem tratadas. Cria-se o amor cortês e o casamento. Tem início o culto ao nu feminino. As mulheres passam a ser o centro das obras artísticas, objetos de contemplação. Os contornos femininos chegam ao ápice no final do século XX e passam a ser consumidos em larga escala, em todas as situações, inclusive as cotidianas. Os corpos femininos são usados para vender de tudo, mas a imagem que se passa delas é de uma ingenuidade próxima a burrice e muito sexy. A imagem da terceira mulher passa a ser desenhada no final do século XX com o advento das top models e o padrão de beleza baseado na magreza.Esses três momentos estão bem melhor explicados na reportagem do que aqui, porque o que me interessa é falar da Quarta Mulher, a que está surgindo
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         Esta mulher, na qual eu galhardamente me incluo, não segue um padrão de beleza definido. Diversidade é a palavra chave que a pesquisadora usa. A quarta mulher é a que se aceita como é, sem obrigação nenhuma de seguir padrões. Ela busca a beleza a partir dela mesma, de como ela é fisicamente, como um bem estético sob a sua própria ótica.  Não é um movimento imposto pelo homem ou pela propaganda. É um movimento que se inicia, silenciosamente, e parte da própria mulher, que passa a influenciar a propaganda. É a mulher livre. É a mulher comum, que vive o seu dia a dia na vida moderna e sabe que para se sentir bonita ela precisa estar bem profissionalmente, financeiramente, sentimentalmente, mas como ela é, senhora de seu corpo e por que não? - senhora de sua alma. Esta é a mulher que busca o auto-conhecimento e por se autoconhecer sabe realmente o valor que tem. É a mulher que escolhe.  Ser ou não ser mãe. Ter ou não um relacionamento afetivo. Adquirir os seus próprios bens. Ter um homem ao seu lado como um companheiro, não como um fardo. Ou ser um fardo. Ser capaz de amar sem perder a individualidade, seja um parceiro, filhos, a família, os amigos e a humanidade. É a mulher que É, mais que tudo. E a mulher que é também é a Mulher que faz, que decide. Senhora de si mesma. Senhora de seu destino.