A Leveza e o Peso das Metáforas

A metáfora é a figura de linguagem que mais se aplica na comunicação dos seres humanos. Devido a sua versatilidade, podemos dizer que, no âmbito da linguagem conotativa, ela veste a poesia, o romance, a música, e por que não dizer o nosso cotidiano.

Desde os tempos de Aristóteles que a metáfora já ilustrava grandes falas. E se em algum momento, ela faz bem ou mal, é outra história: depende de como vem, o que traz e para aonde vai.

Há um clássico da literatura mundial, o livro “A Insustentável Leveza do Ser”, do escritor Milan Kundera, que, na sua primeira parte (A leveza e o peso), faz questão de afirmar que “as metáforas são perigosas.” Faz até uma advertência para que não brinque com elas. E finaliza o parágrafo afirmando: “O amor pode nascer de uma simples metáfora.”

Seria mesmo possível? Sim. Sabe-se de um casal que se apaixonou diante de uma metáfora musical e os dois viveram felizes para sempre. Ou seja, até o último suspiro do esposo, que ocorreu na data de aniversário em que ambos se conheceram.

Há outro caso, porém, em que um homem utilizou-se de uma metáfora durante uma reunião, para explicar algo. E isso agradou bastante uma das participantes. Esse fato fez com que a esposa do tal homem passasse a hostilizar a amiga do marido por vários anos.

Nesse sentido, Milan Kundera parece ter razão ao afirmar que as metáforas são perigosas. Mas as metáforas ficam de que lado da vida, da leveza ou do peso?