CONSENSOS mais CONTROVÉRSIAS

Propomos uma compilação de curtas citações de brilhantes eruditos e suas projeções sobre o futuro da humanidade. Não fizemos escolhas de autores por ordem alfabética, a escolha foi aleatória. A seleção dos textos foi efetuada por assunto e subtítulos que orientassem a leitura. E, por fim damos uma sugestão de leituras.

EDGARD MORIN (2015)

SOBRE A COMPREENSÃO HUMANA

“(...) se quiserem, acho que as perguntas fundamentais de cada um a si mesmo,’ quem somos nós, para onde vamos, e de onde viemos?’. São questões fundamentais, precisamos responde-las e não afastá-las.”

“Ensinar também a enfrentar as incertezas, pois, em nós humanos há uma incerteza desde o nascimento. Somos ameaçados por duas barbáries: 1º) desde os primórdios da história, que é a maldade, a dominação, a subserviência, a tortura. 2º) homens tratados como objetos, o domínio do poder e do dinheiro, o domínio do mundo burocrático, reino da barbárie gelada”.

SOBRE AS RELIGIÕES

P:Morim já disse que o Monoteísmo era o flagelo da humanidade. O que é o monoteísmo?

R: É o que vê a unidade no mundo. O que é o Politeísmo? É o que vê a diversidade no mundo. Como nos antigos gregos, mas também no Candomblé e n

o Xamanismo. O politeísmo sempre foi mais tolerante, sempre foi menos dogmático que o Monoteísmo.

AILTON KRENAK (2018)

SOBRE EDUCAÇÃO

“As crianças indígenas não são educadas, mas orientadas. Não aprendem a ser vencedores, porque para uns vencerem, outros têm de perder. Aprendem a partilhar o lugar em que vivem e o que têm para comer. Têm o exemplo de uma vida onde o indivíduo conta menos do que o coletivo. Um legado que passa de geração para geração”.

SOBRE NAÇÕES

“E pequenas nações como o Brasil e a maior parte dos países da América Latina, ex-colônias, não tiveram sequer o tempo necessário para consolidar um pensamento acerca de si mesmos. (...) ou vamos experimentar grandes transformações globais na relação entre os povos ou estas pequenas nações vão ser cada vez mais territórios de disputa e enclaves das potências que têm força para decidir o jogo, que não precisa nem de ser na ONU, é decidido no mercado”. (...)Nações pequenas? O Brasil? O Brasil é pequeno no sonho. Sonha pequeno. Um território que não esboça uma ‘visão soberana’ pode ser grande geograficamente, mas vai continuar sendo pequeno na sua expressão do mundo. (...) Tem-se que quebrar o ciclo colonial.”

SOBRE OS MANDAMENTOS

“Parece que o mandamento principal dessa civilização é ‘dominai-vos uns aos outros’ contrariando aquele outro que seria ‘amai-vos uns aos outros’”.

JEAN CLAUDE CARRIÈRE (1999)

SOBRE O PENSAMENTO

“Não detemos de maneira nenhuma o monopólio do pensamento. (...) É impossível assimilar o pensamento indiano (ou chinês ou maia) a nossos conceitos ocidentais. (...)Existe, por toda a parte no ocidente, um racismo do intelecto (os grifos são nossos) de que devemos desconfiar”.

SOBRE O MOVIMENTO

“Nossa época é um paradoxo e um enigma. (...) Hoje quando interrogamos aos cientistas, eles afirmam que o século XXI se abre sobre enigmas. (...) Problemas de superpopulação, conjugado com a desertificação. A solidão e a comunicação. O saber e a ignorância. Vamos poder responder?”

“Se cedermos ao cinismo, ao “blaseísmo” estamos perdidos. Falo das pessoas que decidem viver em uma bolha e deixar o resto para lá, achando que se chegou ao possível (o estado de espírito da direita). Mas existe uma relação com o tempo, mais positiva, que é o pensamento budista. Este admite como componente íntimo de todas as coisas a Impermanência, nada pode ser fixado de maneira duradoura. Inclusive nosso EU. Segundo esse princípio como admitir um regime político, seja utópico ou realista que fixasse as coisas para sempre? Nesse sentido, o budismo é de esquerda. Do ensinamento de Buda, a impermanência e a interdependência são os conceitos fundamentais”.

UMBERTO ECO (1999)

SOBRE O ACASO

“Os homens não conseguem conceber que as coisas acontecem por acaso. Sempre inventam histórias para explicar o que aconteceu. (...) ECO diz que o importante é não falar do Fim do Mundo, mas de certos fenômenos que a simples lógica do acaso poderá produzir nos próximos séculos, talvez até antes de 2100. 1) Fim da Europa dos Estados Nacionais; 2) Causa e consequência disso, o fim da Europa branca 3) Fim da experiência da fraternidade para fazer frente ao crescimento da população do globo; 4) Fim da Democracia representativa, candidatos eleitos por suas qualidades midiáticas; 5) Fim da Ética e, portanto, dos modelos de comportamento. (...)A Televisão propõe como modelo a pessoa normal de modo que parecer com ela não exige esforço algum. Assim o sucesso ético (o BEM) não terá mais ligação com a busca da virtude, e sim com o combate pela visibilidade.”

LAO TZU (séc. VI ou IV A.C.)

Filósofo taoísta chinês.

SOBRE O EU PROFUNDO

“Se quiseres acordar toda a humanidade, então acorda-te a ti mesmo, se quiseres eliminar o sofrimento do mundo, então elimina a escuridão e negativismo em ti próprio. Na verdade, a maior dádiva que podes dar ao mundo é aquela da tua própria autotransformação”.

AUTOR DESCONHECIDO (2021)

SOBRE O BEM VERSUS O MAL

“Para o Budismo e até para o Cristianismo, na passagem do Livro de Jó (Antigo Testamento) não existe bem e nem mal. A Ética e a Moral são criações societais, humanas. O que pode ser considerado antitético e sintético são os processos energéticos da Luz e da Sombra. São processos naturais que se antagonizam e se completam.

LEITURAS SUGERIDAS

Vários autores. Entrevistas sobre o fim dos tempos. Rocco, 1999.

Edgard Morin. Entrevista em 05.03.2015.

Ailton Krenak. Entrevista em 19.10.2018.

Lao TZU .

ISABELA BANDERAS

Rio, 24 de novembro de 2022.

ISABELA BANDERAS
Enviado por ISABELA BANDERAS em 24/11/2022
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