A ARTE DE ENSINAR

No mundo hodierno, o exercício da docência está se descaracterizando para atender a demanda. A maioria dos professores universitários que lecionam nas universidades e faculdades são carentes de competência pedagógica. Hoje o profissional formado em bacharelado e que nunca freqüentou uma aula de didática se intitula “professor”, deixando muito a desejar na relação ensino-aprendizagem, onde o aluno é sempre o maior prejudicado. Um professor que dá as famosas “aulas pacotes” e encarna a forma de ensinar homogênea peca, e muito, pois todos sabemos que os alunos são seres humanos e portanto heterogêneos, cada qual com uma maneira peculiar de aprendizagem. O bom docente deve ter a perspicácia para observar isso em seus alunos. Existe uma crença implantada no Brasil que parte do embasamento francês-napoleônico na qual se presume que quem sabe, sabe ensinar. Ledo engano cometem as universidades e escolas que adotam essa linha de pensamento , pois colocam em suas entranhas, profissionais inabilitados para o ensino, por mais capacitados que sejam estes em seus afazeres profissionais “extra universidade”. Outra falha terrível que esses “professores” cometem é quanto a avaliação do aluno, muitas vezes, reprovando-os por décimos de nota. Esse tipo de avaliação é muito simplória para um país que quer ser grande. Se o aluno consegue uma nota positiva ele está apto para exercer uma profissão e se caso consiga uma nota negativa estará inapto. Eu como professor que freqüentei o MAGISTÉRIO, antigo curso NORMAL e tive aulas de didática e estudei exaustivamente teorias de Paulo Freire e Jean Piaget não consigo ver a diferença intelectual em um aluno que é reprovado por uma nota 6,9 e outro que é aprovado por uma nota 7,0. Parece-me nesses casos, que o que ocorre é um erro grosseiro do avaliador que não tem nenhum conhecimento técnico-pedagógico para avaliar. Outro grave problema que também ocorre nas universidades é a falta ao trabalho e os atrasos constantes desses profissionais que mesclam a docência com outros afazeres, obviamente deixando a docência em segundo plano e mais uma vez prejudicando o aprendizado dos alunos. Ser professor é vocação aliado à técnica pedagógica. Para exercermos a Medicina, além de obtermos a graduação é obrigado ter o registro no órgão competente, para o advogado se procede da mesma forma, como também para o engenheiro e outros profissionais. Já para o professor, basta se graduar em qualquer área e “cair” de pára-quedas numa sala de aula. Precisamos reaver a função do professor, para não cometermos injustiças com o alunado em geral, para que no futuro não sejamos responsáveis por prejudicar muita gente boa em suas carreiras e para que nunca esqueçamos que ensinar é uma arte!