DORIS LESSING, PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2007

Os jornais e os sites de pesquisa levam a notícia ao mundo inteiro, trata-se da romancista britânica Doris Lessing que é a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura 2007. A informação é da Academia Sueca (em Estocolmo).

Doris Lessing é a décima primeira mulher a ganhar o prêmio. Muitos acreditam que Gabriela Mistral, em 1945, foi a primeira mulher premiada com o Nobel. Entretanto, a Wikipedia apresenta um quadro completo dos premiados, desde 1901, e consta que a primeira a ser galardoada foi a sueca Selma Lagerlöf, em 1909. As demais mulheres merecedoras do prêmio foram: Grazia Deledda, Sigrid Undset, Pearl S. Buck, Gabriela Mistral, Nelly Sachs, Toni Morrison, Nadine Gordimer, Wislawa Szymborska e Elfriede Jelinek.

A academia sueca classificou a escritora de 87 anos como uma autora "da experiência feminina, que, com ceticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização dividida ao escrutínio".

Doris Lessing nasceu em Kermanshah, na antiga Pérsia _ atual Irã _ em 1919. Filha de pais britânicos, criada na Rodésia do Sul (atual Zimbábue), África. Desde1949 passou a viver no Reino Unido, onde publicou seu primeiro romance, The Grass Is Singing. A escritora premiada publicou livros no Brasil pelas editoras Record, Companhia das Letras e Nova Fronteira.

Ainda, para a Wikipedia, Doris criou um mundo novo para si mesma.

A BBC Mundo.com refere que “Lessing es autora de obras como Canta la hierba (1950), El cuaderno dorado (1962), Historias de Londres (1992) y muchas otras que le han hecho merecedora de un gran número de premios, entre los que destacan el Médicis y el Príncipe de Asturias de las Letras”.

Afonso Cautela, em seu texto, Quando o intruso aparece. O pecado original na obra de Doris Lessing, publicado no jornal A Capital, Livros na Mão, em 18 de dezembro de 1990, traça um panorama da obra da mulher Nobel de Literatura 2007, centrando-se especialmente nos textos O Quinto Filho,( Ed. Círculo de Leitores); Diário de uma Boa Vizinha (Os Diários de Jane Somers) e A Erva Canta _ Publicações Europa-América.

Assim se expressa Cautela a respeito de Doris Lessin:

“Literatura «genesíaca», portanto, podia ser uma adjectivação muito apropriada a esta cronista dos sentimentos mais subtis e insólitos, das paixões mais estranhas e desgarradoras, dos meandros mais labirínticos, quase sempre em casos-humanos limite, fora dos cânones greco-latinos da estética e da ética. Aquilo a que o cristianismo, frente ao Diabo, chamou o «Mal»”.

Há quem critique o a premiação de Doris, é o caso da escritora gaúcha, Cíntia Moscovich que, segundo a fonte Schneider Carpeggiani/Jornal do Commercio, afirmou:

“Temos de pensar que o Nobel, cada vez mais, é um prêmio político. Nos últimos anos, ele foi para autores de países periféricos, Turquia, Índia. Esse caso de Doris Lessing é estranho porque ela é uma autora inglesa. É estranho a Academia Sueca ter decidido por uma súdita da rainha, isso é uma questão que precisa ser pensada”.(...) “O curioso, para mim, é que Doris Lessing nunca me passou a imagem de grande escritora, sempre a tive na minha cabeça como uma espécie de Nora Roberts (best-seller de livros açucarados), como uma Patricia Highsmith (autora de O talentoso Ripley)”.

Na opinião de Mário Lima, a escritora premiada “denunciou o que ela chamou de podridão no mundo literário e também na sociedade”.

Os meios de comunicação fazem o seu papel de divulgar e de formar a opinião pública; os escritores produzem suas obras e a Academia Sueca tem os seus critérios soberanos de premiação. Para as mulheres é motivo de orgulho e alegria se acharem representadas no mais significativo prêmio literário, na carismática figura de Doris Lessing e de outras anteriormente galardoadas.

Ainda relativamente pouco conhecida entre a maioria dos brasileiros, a escritora está ganhando popularidade na Internet, num vídeo MSN onde exclama "Ah, meu Deus!", surpresa perante o prêmio e, de forma lúcida, diz não mais conseguir se emocionar com o que lhe acontecera.

Os críticos de sempre estarão aí para aprovar ou condenar , não só a premiação de Lessing, mas a de outros que sejam escolhidos. Normal até aí.

Quanto a políticas e premiações, embora tardias como a de Doris Lessing, estas existem há séculos e continuarão existindo, independentemente de quaisquer críticas. O importante é que haja leitura, escrita e valorização do profissional das letras.

Fontes eletrônicas consultadas:

http://afp.google.com/article/ALeqM5iOsO1PmJt6hF7o6RvohgnOjXo_Mw http://oeiras-a-ler.blogspot.com/2007/10/prmio-nobel-da-literatura-2007.html

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/10/11/298099896.asp

http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/misc/newsid_7039000/7039361.stm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Pr%C3%A9mio_Nobel_de_Literatura

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nobel_de_Literatura

http://pwp.netcabo.pt/big-bang/gatodasletras/lessing.htm

http://adeliciadoabsurdo.blogspot.com/2007/10/doris-lessing-arte-de-algum-poder-ser.html

http://www.bienalpernambuco.com/noticias/uma-escritora-sem-milita