TUDO AQUILO QUE NÃO SE EXPLICA EM TRINTA SEGUNDOS TEM CONFUSÃO – INVASÃO DE BRASÍLIA
No dia 09/01/2023, um dia após a invasão de Brasília, escrevi um artigo em que chamava a atenção para um aspecto meio intrigante sobre a facilidade daquela invasão. Apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram o Planalto, o Congresso e o próprio STF. Na época em dei o seguinte título ao artigo: “INVASÃO DE BRASÍLIA – TEM MUITA COISA ERRADA AÍ, QUE NÃO ESTÁ CERTA, PARA PASSAR TÃO DESPERCEBIDO”. E escrevi sobre tudo o que eu achava naquele momento: No Brasil, todo mundo sabe que quando ocorrem passeatas ou qualquer manifestação de protesto público, aparecem sempre os infiltrados, com a finalidade específica de partirem para o confronto e o quebra-quebra generalizado, levando, inclusive, alguns incautos entusiasmados a participarem dessa desordem. As raposas políticas felpudas, muito mais do que você possa imaginar, aproveitam estas horas para ganharem pontos com a opinião pública, devido aos descalabros que são cometidos.
Nesse caso específico, tudo o que esse governo que está entrando queria, era ter ao seu lado a opinião pública nacional e internacional e, ao que parece conseguiu. Inúmeros países do mundo todo já hipotecaram solidariedade ao novo governo. Uma invasão fácil como esta que ocorreu ontem, chama a atenção de muita gente, independentemente, da atuação fraca da polícia local do Distrito Federal. Cadê os Órgãos de Segurança Federal? Serviços de Inteligência Pública? Defesa e Integração Nacional? Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Tem muita coisa errada aí, que não está certa, para passar tão despercebido.
E eis que só agora, passados um pouco mais de três meses sobre aquele triste episódio, começaram a aparecer alguns indícios sobre o que nós tínhamos falado – Eis as manchetes - O chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira (19/04), após a divulgação de imagens que colocam em xeque a atuação do órgão durante o ato golpista de 8 de janeiro. Só agora começaram a aparecer as imagens do circuito interno da segurança do Planalto, durante a invasão da sede da presidência da República. Os vândalos aparecem recebendo água dos militares e são cumprimentados pelos agentes do GSI durante os ataques. O próprio general Gonçalves Dias, chamado de GDias pela equipe do governo, circulava pelo terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os atos ocorriam no andar de baixo. O general Gonçalves Dias sempre foi apontado como um homem de confiança do presidente Lula, tendo sido o responsável por sua segurança nos dois primeiros mandatos. Tornou-se assim o favorito para assumir o Gabinete de Segurança Institucional. O governo depois buscou afastar de si a responsabilidade pela destruição promovida pelos bolsonaristas, transferindo o foco para falhas que ocorreram na força de segurança do Distrito Federal. Com isso conseguiu diminuir a pressão que havia sobre o general.
Vamos aguardar os próximos acontecimentos. Mas uma coisa é certa, muitas mentiradas, as chamadas Fake News, surgirão para tentar tapar o sol com a peneira e o famoso funeral político seguirá sua trajetória incólume. E finalizo com esse belo ditado espanhol – “Tudo aquilo que não se explica em trinta segundos tem confusão”.