O véu do templo se rasgou

Muitas vezes, para entender o Novo Testamento é preciso conhecer também um pouco do Velho Testamento.

Numa reunião de casais, um amigo comentava: “Está escrito que na hora em que Jesus morreu, o véu do templo se rasgou, mas como saber que o véu do templo se rasgou, se Jesus morreu crucificado no Gólgota, onde não havia nenhum templo por perto. Isso deve ser um símbolo, alguma figura de linguagem utilizada pelo povo daquela época”.

Talvez, não exatamente um símbolo, mas uma metáfora, uma comparação com o templo do Senhor. O próprio corpo de Jesus dilacerado, rasgado pelos pregos da cruz. Também há de se considerar que antes da vinda de Cristo, cada sacerdote era responsável para cuidar do templo do Senhor, o local onde a pessoa ungida e escolhida por Deus, conversava com seu Senhor – era o local de encontro com o Santo do Santo e consistia mais ou menos numa tenda com dois compartimentos separados por uma espécie de cortina, um véu, e ali, só o sacerdote podia entrar. No momento em que Jesus se ofereceu em sacrifício para nos salvar, o véu do templo se rasgou, significando que de ali em diante, não mais apenas o sacerdote, mas todo homem, pode encontrar-se com Deus, porque já não existem barreiras entre Deus e o homem e entre o homem e Deus porque o véu do templo que nos separava de Deus se rasgou com sacrifício de Cristo na cruz. (Cfe. Mt. 27,50-51)