O Aparelho Psíquico para Freud, Winnicott e Klein.( Parte II )
1. SIGMUND FREUD
No id, encontramos não só representações inconscientes de coisas gravadas no psiquismo sob o impacto do desejo dos outros, mas também representações inatas, próprias da espécie humana, inscritas e transmitidas filogeneticamente.
No texto “O ego e o Id”, Freud considera que o Eu advém do Id, por um processo de diferenciação, por exemplo, quando diz que:
1- “Um indivíduo é, portanto, para nós, um isso (Id) psíquico, não conhecido e inconsciente, sobre ele se encontra colocado na sua superfície o eu (Ego), desenvolvido a partir do sistema-Pcs como um núcleo”.
2- " É fácil de perceber que o eu (Ego) é a parte modificada do isso (Id) sob a influência direta do mundo exterior por intermédio do PcCs, de certa maneira é uma continuação da diferenciação de superfície”.
3- " Ainda, neste mesmo texto, ele expressa
sinteticamente sua posição afirmando que o eu surge dessa diferenciação, marcando um limite entre um dentro e um fora, limite que em última instância é identificável com os limites que o corpo dá marcando um dentro e um fora, ao dizer que “o eu (ego) é antes de tudo um eu corporal, não é somente um ser de superfície, mas ele mesmo a projeção de uma superfície.
Quer dizer:
"O eu é finalmente derivado das sensações corporais, principalmente aquelas que têm sua fonte na superfície do corpo".
Ele pode, assim, ser considerado como uma projeção mental da superfície do corpo, mais ainda, como já vimos antes, ele representa a superfície do aparelho mental.
O superego será concebido como uma instância responsável, ao mesmo tempo, por diversas funções e é em seu seio que Freud vai tentar integrar as várias dimensões que balizara anteriormente.
Freud vai terminar por atribuir ao superego três funções:
1- A auto-observação,
2- A consciência moral e,
3 - A base de apoio dos ideais.
A dimensão persecutória do superego, dimensão que parece-nos central no funcionamento dessa instância, está nitidamente indicada por Freud.
Na apresentação formal do superego, este
será concebido como uma instância de observação, como uma parte separada do ego, que exerce vigilância sobre a outra.
Para Laplanche, tratar-se-ia da “pulsão sexual de morte” (desligação), que se opõe à “pulsão sexual de vida” (ligação).
“ Trata-
se, no entanto, de uma distinção no regime econômico das pulsões, em sua maneira de trabalhar; somente a partir daí é que é possível conceber-se uma única e mesma libido em ação nos dois tipos de pulsões”.
( Pulsão de Vida ou Pulsão de Morte )