DESINTERESSE

DESINTERESSE

Cinco dias sem escrever aqui no Blog. Desde fevereiro, 18, quando comecei a escrever, nunca tinha ficado tantos dias assim sem escrever sobre algo. Não que tenha esquecido, não, foi falta de... interesse? Realmente não sei o que está se passando por minha mente. Nem eu consigo me responder. Tinha tanto entusiasmo para todos os dias vir até o computador e começar a escrever sobre alguma palavra me saltando, se atirando no pensamento, nas ideias, na mente, e agora, nada me vêm da forma como vinha, até começar a função de publicar meu livro, o primeiro livro. Será que este desinteresse seja ocasionado pelo esforço que o livro me fez dispensar para que ele ficasse pronto? Foram 6 leituras dos 51 textos, 104 páginas, para ler com uma atenção diferenciada porque, afinal, o livro vai ser exposto, vai ser distribuído para muitas pessoas, a maioria eu conheço, mas muitas ainda não, nem sei qual vai ser o alcance que a publicação do livro vai gerar, vai ter. Não sei, ainda, qual será a extensão desse lançamento do meu primeiro livro físico e e-book. Minha expectativa é aleatória, oscilatória, não para em raciocínio algum, apenas estou deixando acontecer - como sempre fiz - para ver até onde vai. Além da leitura corretiva, e sempre encontrando um ou outro e vários erros, principalmente de dedão, como sempre chamo os erros de digitação, porque na rapidez os dedos vão em lugares que não deveriam ir - e isso é preocupante porque tem lugares que são comprometedores - e assim colocando caracteres diferentes, estranhos e transformando palavras em outro sentido, bem como a estranheza que causará quando as pessoas lerem meu livro e encontrarem erros (gramaticais até pode ser, porque eu tenho meu jeito de escrever, nem sei se correto, mas é o meu jeito e não quero mudar, por isso não repassei para que corrigissem a parte gramatical) principalmente de dedão. Quem me conhece, quem foi meu aluno sabe o quanto eu era exigente com relação à qualidade do que me entregavam, do que faziam. Não importava se era numa folha de papel higiênico, desde que não fosse usada, claro, mas tinha que ter qualidade, tinham que me mostrar que tinha sido eles mesmos a fazerem os trabalhos. E de repente, ao ler meu livro encontrar dedões deslocados? Daí não dá. Me esforcei, cheguei a ficar vesgo algumas vezes, de enxergar as letras embaralhadas na minha frente, lendo no computador. Até que o livro físico veio, enviado pela gráfica, e eu o li, corrigindo, e acreditem, tinham 16 probleminhas, todos de dedão, o tal inconveniente dedão - e como eu não havia visto nas outras 5 leituras que havia feito? Não tem explicação. Até tem, vem aquela minha convicção de que ler um livro, segurando-o, virando as páginas, sentindo seu cheiro, sentindo sua energia, não importando se novo ou velho, bem usado, surrado, mas sentindo o pulsar das letras enquanto se está lendo, se está sorvendo aquela mensagem de quem o escreveu queria passar - assim espero que meus leitores façam ao lerem meu livro - é diferente de ler no computador, no tablete, no celular, ou seja lá onde for.

Ao mesmo tempo que estava na função do livro, da parte estrutural, que é a mais importante, que todos vão ver, vão ler e dar suas opiniões, vem também tantas outras preocupações e coisas a serem feitas e uma delas é conseguir pagar gráfica e diagramador. Fui em busca de patrocinadores, fiz ofícios para entregar às empresas, fui entregar, conversei, expliquei, relatei; fiz apelo para os amigos do Facebook e Whattsapp, e até me surpreendeu que consegui vender bem, pelo que algumas pessoas me disseram ser difícil vender nos dias de hoje. Tantas outras coisas a pensar: a escolha do dia do lançamento, o que fazer no lançamento. ideias mil acontecem, expectativas mil explodem no pensamento, indecisões e dúvidas mil surgem, porque eu, como bom virginiano, quero tudo perfeito.

E, assim, meu tempo vai passando, e meu pensamento voltado, não com ansiedade, não chego a perder sono - nada me faz perder o sono, se estou com sono durmo, não importa o problema ou situação que me faça ficar com insônia, embora durma poucas horas, mas não acordo por preocupação, é porque meu organismo, meu relógio biológico acostumou com poucas horas de descanso -, simplesmente penso em tudo que vai acontecer, mas ao mesmo tempo me tranquilizo porque sei que vai acontecer o que deverá acontecer, claro que, com muito empenho, muitas expectativas, muitas ideias, muitas ajudas, mas vai acontecer.

O desinteresse por escrever no blog tem uma justificativa, não é uma desculpa. Nunca gostei dessa palavra, visto que não tenho culpa e a nada posso atribuir a culpa por estar me impedindo de escrever. Simplesmente não escrevi e hoje decidi que escreveria e aqui estou, colocando meu coração e meus pensamentos, meus sentimentos e minhas expectativas para que possam, quem for ler, entender e tirar as suas conclusões.

Todos nós, seres humanos, somos assim: nos ocupamos com coisas que nos impedem de fazermos outras, e até mesmo a pensar em outras, para conseguirmos manter o foco. O interessante é que eu nunca fui de ficar limitado a apenas uma coisa a fazer, sempre fui multifuncional, e agora, acredito que pela aposentadoria, estou mais na minha, estou me permitindo fazer apenas uma coisa de cada vez - será? -, nem sempre, mas estou levando a coisa mais tranquilo, sem correria, sem aquele excesso de atividades para evitar a fadiga, como dizia o Jaiminho do Chaves.

Voltei a ler mais, estou conseguindo ler quase na velocidade que antes tinha, embora nunca me preocupei em ler rápido e sim entendendo, voltando, relendo partes, para conseguir captar o que as palavras do escritor querem expressar, tentando me situar. Ainda tenho algumas encomendas de lasanha, não são muitas mas as tenho e as faço com muito esmero. Tenho os afazeres da casa, e um deles me dá prazer, é cozinhar. Tenho que ajudar algumas vezes na empresa HomeServ-Maridos de Aluguel, quando há necessidade de outra pessoa para auxiliar. Lá vou eu. Ler o DG diariamente, fazer as palavras cruzadas. Entras no whattsapp, entrar no Facebook, agora faço parte de mais de 6 grupos de literatura. E assim vai passando o dia.

Vou descartar a palavra DESINTERESSE e trocá-la, aqui, por OCUPAÇÃO. Desinteresse denota que não quero mais, não estou mais com vontade de escrever, e não é isso. Estou me adaptando a uma nova realidade, como novas atividades, com diversificadas atividades, e essa realidade, há alguns anos atrás eu tirava de letra e tocava ficha - meus colegas diziam que eu era ligado no 360 (nem existe eu acho)-, mas agora tenho que acostumar com tudo. E vou conseguir, porque estou gostando de tudo que estou fazendo. E o livro quer antes era um sonho de juventude, hoje é um propósito, que está sendo realizado porque deveria ser, e outros virão, tenho certeza.

(Texto escrito em 15/01/2024 – 12h24)