O Camelo em Moçâmedes

O camelo é um mamífero ruminante de porte avantajado e de marcha fácil sobre areia dos desertos.

A primeira criação de camelo surgiu em Moçâmedes, onde deu-se muito bem, através de um empreendedor - Joaquim de Paiva Ferreira - membro da primeira colónia, vinda do Brasil em 1849. O camelo foi importado das Canárias e figurou como meio de transporte terrestre, à semelhança do boi-cavalo, a tipóia, as viaturas e os animais de tracção e sela.

O camelo era empregado, pelos pescadores e industriais, na transportação de carga, principalmente mantimentos (malas-de-peixe e sacos de fuba) e de materiais de construção (pedra, cal e adobe).

Hoje, em Moçâmedes já não existe nenhum camelo, apesar de no passado viverem em boas condições de criação. Acredito que o último sobrevivente morreu na década de 1990. Conheci-o no parque infantil de Moçâmedes na década anterior, onde o alimentávamos com folhas de "castanheira" - árvore predominante da cidade de Moçâmedes. Depois, só sei que, desapareceu do parque e falava-se que foi levado ao Parque do Iona (no deserto) onde teria companhia.

Contudo, o governo provincial actual do Namibe, liderado por Archer Mangueira, fruto duma cooperação de Angola com empresários dos Emirados Árabes Unidos, espera receber alguns camelos com vista a alavancar o turismo e reforçar a fauna.