A MAIS LINDA AURORA DE TODOS OS TEMPOS

Antonio Herrero Portilho

A coruja cheia de preguiça esticou a asa e a perninha esquerda,  ensaiou um alongamento, ficou acordada a noite inteira como de costume trocava o dia pela noite, este costume dessas aves noturnas que só começa no sono durante o dia, quando chega à tardinha sai pelos campos com voos rasantes a poucos metros dos capinzais, emitindo aqueles gritos horripilantes, causando arrepios a quem ousar expor os ouvidos a estes sons.

Aquelas nuvens brancas que a pouco estava iluminada pela lua, agora parece estar ganhando os reflexos dos primeiros raios solares,  pouco mais já começa surgir a cor alaranjado no horizonte, tudo indica que hoje será mais um dia de intenso calor, apesar desta madrugada trazer esta brisa refrescante devido este chuvisqueiro molhar esta relva que agora exala um cheiro de terra molhada.

As corujas junto aos morcegos voaram em direção do paredão de rochas exposta ali as margens do rio, eles adentram por entres as aberturas nas junções que existe entre as pedras sobrepostas e acabam por se acomodar em uma pequena caverna que abrigam todos estes bichos que permaneceram acordados durante a noite.

Enquanto isso, surge os ruídos da natureza, as folhas que caem, os animais de pequeno porte começam a transitarem por entre as trilhas, coelhos e até os barulhentos chipanzés apanhando as frutas silvestres disputando espaço com as araras e outras aves trepadeiras.

O grande ipê amarelo já dispensou quase todas as flores douradas, os galhos além de grosso e forte está com pouca folhagem quase seco e a cerca que divide as pastagens passa por ali até pregada ao tronco, fixado com alguns grampos nesta madeira densa e firme.

O sol amarelo acabou de despontar, está pouco acima das estacas da cerca.

Nesta manhã encantadora, exibindo como se fosse uma pintura das mais bem elaborada, feita pelo maior pintor de todos os tempos; o pai da natureza, cria este quadro de beleza incomparável.

Como um mistério divino, a passarada parece que já sabia que surgiria este lindo amanhecer, aos poucos deixavam suas acomodações e voavam em direção do horizonte, iam em bandos,  der repente  o céu ficou repleto de aves que sobrevoam estas paisagens, cheias de nuanças além do rosa cintilante que os raios do astro rei refletia como fundo desta paisagem maravilhosa, também variadas cores de plumagens que contrastava em uma nuança esplendorosa.

As corujas noturnas e os morcegos  não estavam lá para apreciar este acontecimento memorável, foram repousar, trocar o dia pela noite, perdeu esse maior evento da natureza.

As garças brancas nem precisou desloucar de seus lugares, pois a arquibancada deste espetáculo eram mesmo ali onde elas já haviam passado a noite.

Quando o sol colocou-se  toda seu círculo fora da linha do horizonte, demostrou toda sua exuberância mostrando-se ser dono dessa figura linda admirada por todos os seres viventes, a partir desse momento começou um novo dia, aquelas centenas de aves permaneciam sentadas com os olhos fixo neste acontecimento, como um aplauso fenomenal começaram a bater as asas, primeiro começou com uma depois outra, logo estava todas batendo as asas como se estivesse contemplando este acontecimento mais sublime da natureza, vibravam, faziam apresentações como uma torcida de futebol em um momento de um gol.

Ai isto tudo ficou marcado nos anais da história como o dia mais lindo do ano.

(Antherport) 22/10/2013 .

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 14/03/2024
Reeditado em 14/03/2024
Código do texto: T8019810
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