4o Parte : Minhas profissões e tudo que fiz e tentei

Através de uma amiga, minha esposa ficou sabendo que haveria um Concurso na RFFSA, então estatal ferroviária para Agente de Estações e Manobradores ferroviários, durante o almoço ela me falou, fui a Estação Ferroviária me informar, me inscrevi para vaga de Agente de Estação e viajei para Campo Grande para fazer a prova escrita e os Testes e exames médicos exigidos, fui aprovado junto com mais dois colegas para Agente de Estação.

Eu estava estudando na Universidade e já concluía Ciências Sociais e visava concluir com o curso de História e, como já concluía curso superior pedi para ficar em Corumbá até concluir mais dois anos na Universidade Federal, mesmo assim fui mandado por dois dias para a Estação de Antônio María Coelho na área rural o que tornaria impossível continuar o curso superior devido aos plantões no trecho. Consegui retornar a Corumbá, porém fui avisado que após o curso iria voltar para o mato. como falavam na ferrovia 🚆...

Era muito interessante o trabalho na estatal RFFSA , o trem do Pantanal era muito útil ao povo, e percebi que havia um sucateamento proposital do governo na ferrovia e já haviam comentários entre os ferroviários sobre o risco de Privatizações e demissões na RFFSA. Também já falavam na ferrovia em reduzir trens de passageiros etc... Com sete meses trabalhando na empresa a ferrovia nacional RFFSA teve a greve do PCS e início das lutas em Defesa do Trem do Pantanal, óbvio que eu, pela minha história de vida não iria furar a greve e me omitir, assumi após ser solicitado pelo Sindicato a responsabilidade de ajudar a mobilização e, lá estava eu em mais uma Luta em Defesa dos trabalhadores , desta vez na ferrovia RFFSA, ao chegar em casa minha esposa ficou triste...Ela disse -me , - já estou vendo você ser maís uma vez prejudicado e até perder o emprego . Eu respondi, filha não posso dar as costas aos colegas de luta., estão querendo tirar o Trem e privatizar a empresa.

Após 11 dias de Greve o Movimento foi vitorioso e conseguimos um bom reajuste no acordo, porém a Chefia de Baurú SP mandou me tranferir para a Estação Luiz Gama, uma estação sem Luz elétrica e sem água potável e que dependia do trem tanque para abastecer tanques de água, de onde tirávamos água pra beber , tomar banho e cozinhar e, ficava a mais de 600 quilômetros de minha cidade, acabei tendo que parar minha Segunda faculdade e sonho de concluir história e fazer geografia.

Outra situação grave foi a punição e cortes de salário além do congelamento das promoções normais na carreira, ainda tentaram me demitir.

A partir de 1988 fui incorporado via eleições em Assembléias na direção sindical do Sindicato de Bauru e Mato Grosso do Sul, passei a compor a Diretoria Executiva , porém antes de voltar a Corumbá tive um grave acidente ofídico em Luiz Gama atacado por uma Cascavel, lá haviam muitas cobras venenosas , isso Quase custou minha vida.

A sorte foi a iniciativa e solidariedade dos colegas em uma noite 14 de dezembro de 1988 que liberaram um locomotiva de um Trem 🚆 que seguia para São Paulo e voltaram da Estação Luiz Gama até Ribas do Rio Pardo, onde o Dr. José Maria me socorreu e mandou aplicar sete injeções com soro antiofídico na minha barriga.

Fiquei muito mal, pois o tempo de socorro foi complexo devido as manobras ferroviárias necessárias...

Na quinta parte continuo meu relato, até breve

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 29/03/2024
Reeditado em 30/03/2024
Código do texto: T8030790
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