Pressa de Morrer

 

A juventude de hoje tem enorme dificuldade em observar certas linhas limítrofes da vida e confundem ânsia de viver com pressa de morrer. Os pais desta geração não tem autoridade sobre os filhos, não sabem educá-los, não estabelecem limites e não ensinam o que é responsabilidade e suas conseqüências. Os pais querem ter filhos, mas não querem saber de responsabilidades para com os filhos. Assim, como irão ensinar algo que eles não tem e nem querem ter ?

No mundo atual o pai e a mãe trabalham fora e a pressão sobre eles é enorme. As ambições profissionais aliadas aos “objetos de desejo” impostos pela sociedade de consumo e a necessidade de afirmação diante desta mesma sociedade, desviam o foco dos pais daquele que deveria ser o seu objetivo principal: os seus filhos. As famílias não estão preocupadas com a qualidade de vida e sim com a quantidade do que têm na vida.

Os jovens conseguem tudo o que querem, de uma forma ou de outra, oprimindo os pais ou buscando de formas ilícitas, pois vivemos em uma sociedade de consumo perversa. A sociedade exige uma postura responsável dos pais, mas não apóia e nem ampara os pais nesta tarefa que também é obrigação sua.

Com tudo às mãos e uma visão distorcida da realidade, acreditando que esta vida é o bem mais precioso, a garotada chega a juventude confundindo liberdade com libertinagem e irresponsabilidade. Saem para a “noite” com total ânsia de viver. Querem beber, fumar, cheirar, dançar, cantar e transar tudo de uma vez só e ao mesmo tempo. É aí que mora o perigo. Eles não percebem quando rompem a barreira da ânsia de viver e ficam à mercê da pressa de morrer. Estão destruindo suas vidas. Morrem em trágicos acidentes, ou de “overdose”, ou cometem crimes fúteis e vão parar atrás das grades.

Depois da tragédia os pais querem “acordar”, mas já é tarde. Não dá mais para recuperar o filho que morreu ou resgatar a filha que foi presa. E continuam cegos, perguntando: “- onde foi que eu errei ?”.

Pais que AMAM, participam da vida dos filhos sem serem castradores, educam os filhos ensinando-os a ter liberdade com responsabilidade, a respeitar os outros e os direitos daqueles, a cumprirem os seus deveres, estabelecem limites para os filhos e agem com autoridade. Assim, provavelmente não enfrentarão os dessabores acima apontados. É essencial ensinar aos filhos, também, que os valores espirituais são muito mais importantes que os valores materiais.

Com respeito aos filhos é preciso agir com firmeza e rapidez. Alguém, anos atrás, disse com muita propriedade : 

“- ADOTE SEU FILHO ANTES QUE UM TRAFICANTE O ADOTE.”

 

Leandro Cunha