Martha Medeiros. Uma cronista versátil.

Como ocorre no período natalino, sempre se recebe de pessoa que nos estima, um cartão ou mesmo uma mensagem, via Internet.

Tive a honra de ganhar de uma amiga de minha família, residente em Guaíba, no Rio Grande do Sul, um exemplar da coletânea de crônicas, intitulada “Trem Bala,”de autoria da esplêndida escritora gaúcha Martha Medeiros, até então, desconhecida para mim.

As crônicas de Martha Medeiros retratam o cotidiano, são degustáveis e fáceis de se entender, pois seu estilo consiste na simplicidade, coerência, concisão, ética e, principalmente, respeito ao leitor.

Num dos trechos de sua crônica”Trem-bala”Martha comenta:

“ Não há paciência para uma paisagem, para um deslumbramento, para um silêncio. Ao menos não aqui, nos trilhos urbanos, onde todos assistem a vida passar como se estivessem na janela de um TGV. Empurrados por este ritmo alucinante do cotidiano, fazemos uma leitura dinâmica dos fatos. Fatos pessoais, diários, que mereceriam uma espiada menos veloz.

A vida não vem com air-bag; uma freada agora, a esta velocidade, seria fatal.Em frente, então. Mas que cada um saiba criar sua área privativa de descanso; um livro no final da noite, um fim de semana na praia, uma caminhada pela manhã, uma meditação básica. Refúgios que permitam continuar seguindo a viagem sem perder a melhor parte, que é nossa reflexão sobre o que acontece lá fora, já que não dá para saltar deste trem-bala.”

A minha intenção ao publicar este artigo não é outra senão a de reconhecer, como bom, o trabalho literário da escritora Martha Medeiros que, a meu ver, executa ótima prestação de serviço ao divulgar, em suas crônicas, fatos do cotidiano mundial.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 04/02/2008
Reeditado em 04/02/2008
Código do texto: T845733