Cartões Corporativos e clientes improdutivos.

Por: Elizabeth Misciasci

Não deveríamos ser telespectadores, e personagens de um dos maiores símbolos das decepções eleitorais do país, como esta acontecendo com os cartões corporativos, que chegam mais uma vez a corroborar o descaso de nossos representantes para com o povo brasileiro.

Enquanto algumas instituições bancárias fazem exigências em muitos casos absurdas, cobrando taxas abusivas, filtrando seus clientes a fim de detectar quem poderá sentar diante de um gerente, recebendo toda a atenção e préstimos que irão de encontro a sua necessidade, há também os que são tratados com tamanho descaso, que chegam a acreditar que não devem entrar em uma agência bancária, nem mesmo para pagar uma conta.

Vivemos uma difícil realidade em todos os âmbitos, no entanto, tratando-se das questões referentes à economia, não é só desumanamente desigual quanto às possibilidades para a aquisição de numerários em espécie, como também, chega a ser inviabilizada, se acessarmos os verdadeiros índices de desemprego que sugerem aos milhares de cidadãos, sobreviverem às margens de imposições disformes.

Um País, onde o acesso a Educação com qualidade, é circunscrito apenas a uma minoria, sendo forte expoente de seqüelas negativas na sua falta ou quando esta é extremamente precária, compromete toda uma nação, onde as classes menos ou nada favorecidas, não vislumbram mudanças ou perspectivas futuras. Existem opiniões semelhantes dentro de várias instituições familiares, que dão ênfase ao temor de não terem seus filhos o mesmo destino, ou seja, já que não se beneficiam de cartões corporativos, nem possuem renda para créditos, lutam por uma cesta básica para não morrerem de fome, pois a dignidade há muito se perdeu.

No entanto, hoje, o povo brasileiro possui outro perfil, não é mais aquele que aparentava ser completamente desinformado, muitos buscam o saber e já não se convencem com aqueles que tentam através de longos discursos, demonstrarem apenas a necessidade de afirmar o que é pura e nociva teoria. Assim sendo, uma grande fatia da população, é sabedora de que a ordem econômica do País, sempre deixou esta fatia, sem controle e sem poder sobre seus direitos ou patrimônios, isso a custa de uma ciranda financeira desordenada, que foi empobrecendo o trabalhador, engordando os lucros com favorecimento no crescimento de muitas instituições bancárias, direcionando recursos ao Governo, com “amparo” pessoal a assessores e governantes.

Diante deste quadro, em que a teres é de poucos, aonde ainda há a distancia prática entre o Juízo e o Cidadão á luz do estado democrático de direito, e a real visão humana do povo se estende a resultados nada edificantes, vão aos poucos extinguindo a crença, a motivação e a força dos que proporcionam o mais importante fator produtivo do País, ou seja, o trabalhador.

O Estado Brasileiro, não pode sob nenhuma hipótese, atuar com deslealdade, violando um dos primeiros princípios do Direito, que diz respeito à Lealdade e a Boa-Fé. Não se trata de impedir que os ministros tornem-se impossibilitados de portar os cartões corporativos do governo, nem tão pouco, sejam estes cancelados, mas sim, reavaliados para que estes não beneficiem aqueles que sem nenhum constrangimento, preocupação e pudor, usem-no para pagar supérfluas e altíssimas despesas pessoais, pois a judicante exercida mesmo de forma anônima pelo povo brasileiro, pode ser inaudível para os que hoje, são detentores do Poder, no entanto, as regras podem mudar.

Ninguém fica indiferente conhecendo as burocráticas exigências efetuadas pelas instituições bancárias para se conseguir créditos, pagar taxas às vezes abusivas e quase sempre se ver em desvantagem diante de seus direitos, para continuaram driblando suas ações a fim de se amoldar a uma realidade que sempre se apresentou irreversível. O povo brasileiro, já se intriga em inconformados desabafos, e prometem mostrar com determinação, que as ditas regras podem mudar, quando estiverem diante das urnas...

E... Que assim seja!