Li,numa revista semanal,que as pessoas como eu,que já passaram a barreira dos sessenta e gozam de boa saúde,estão com o nível de felicidade igual ao dos-hoje quase lendários-20 anos.Concordo plenamente.Se a gente se aceita,se olha para o passado e vê uma vida bem vivida,se considera pequenos aborrecimentos como acidentes de percurso,consegue,sim,atingir a felicidade:isto,se a pomos onde nós estamos,como diria o velho poeta.Aos honestos 65 anos e já "fora do prazo de validade",acordar debaixo do meu teto,ao lado do meu companheiro de tantos anos,levantar com minhas próprias pernas,sem artritrs nem artroses,receber o carinho do meu cachorro,ir á praia,nadar e fazer exercicios, livre da ditadura das academias,degustar um bom café da manhã-ah!isto é a gloria!-Levo em conta que não pedi prá nascer,não escolhi o lugar aonde este fato aconteceu,não me perguntaram que sexo queria ter,emfim,nada foi  decidido por mim,nem com o meu consentimento e tão pouco vão me perguntar o dia que quero partir,nem como ,quando ou aonde,reflito,que o melhor,mesmo é encarar este mundo como uma viagem de turismo,ás vezes,divertida,ás vezes,chata-mas,fazer o quê?-se a gente já pagou a passagem e tem que cumprir a temporada até o fim?O desgaste do tempo leva algumas mulheres á depressão e isto é triste.Não vou dizer que aprovo essa estória de "melhor idade",velhinha prá frente" e outras baboseiras,porém,gente,a alternativa é pior,pois é a morte.Tambem,não quero enganar a mim mesma achando que o tempo não passou;passou,sim,e as rugas no meu rosto formam a geografia da minha vida,das coisas que participei e presenciei;não desejo esconde-las,apesar de tentar atenua-las com cremes e poções,que sei,de mágicas não têm nada.Eu fiz um trato com o tempo:êle não   me persegue e eu não fujo dele.Tenho meus pequenos macetes;evito ir a médicos frequentemente-futucando êles acham-feito o check-up anual não ponho os pes em consultorio;tenho uma alimentação saudavel;passeio,adoro praia,assisto bons filmes,vou a museus(o risco é que um dia não me deixem sair de  lá),viajo,vejo gente,leio muito,escrevo e estou prestes a publicar um livro,não para ganhar o  Nobel,mas,para minha satisfação pessoal e para marcar minha passagem por este mundo;não quero ser a mulher mais rica do cemiterio;quero viver a vida e legar aos meus seis filhos,treze netos e uma bisneta as coisas que acredito e as experiencias que tive.Quando alguem morre é como se toda uma biblioteca desaparecesse,pois esta experiencia que se foi estará perdida e jamais será recuperada.Alegria é o segredo da juventude eterna.Ao receber a visita da "indesejada das gentes",não deveremos levar saudades e sim deixar saudades.O que se leva da vida é a vida que agente leva.
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 26/02/2008
Código do texto: T876766
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