Artaud, o deus do Teatro

Artaud é o deus da desgraça, ao contrário do sentido real da palavra. Mas a des-graça nem sempre tem que ser vista como um elemento negativo. A desconstrução Artaudiana transcende os valores reais do cotidiano vital. Obedecendo regras não inventadas. O ser ator, um delírio sóbrio, se expande em mil sóis de inverno. O teatro da crueldade, proposto por Artaud serve para o espírito, reinterconexão divina dos dramas gregos. Agora para que pensar teatro? Se todos com sotaque ignorante ilude os humanos, menorizando sua prática. Oficina de teatro, qualquer um faz na opinião dos modernos Fariseus. Não é tão simples assim. E as escolas ? Tolas escolas que multiplicam o verbo amar, sem antes mesmo senti-lo com êxtase. Nada entendem de teatro. A responsabilidade é uma proporção incalculável. O arte educador, quando distorce os conceitos cria náuseas , desconfortos, não há entendimento. Este é feliz, pois a sua consciência não foi colocada no mercado. Ao contrário de outros que não sabem de nada, como a medicina-equívoca-eletrochoque, que ainda em tempo transfigura gênios únicos como, Arthur Bispo do Rosário, Antonin Artaud, Van Gogh....Ficando decretado o desconforto da realidade. A necessidade de uma paz duradoura só é possível através de um teatro não realista. O homem não se conhece. A revolução não se dá no campo político dos conflitos. A troca de roupa não cura a doença-sociedade. Restabeleçemos-nos a humanidade, antes que seja tarde. O verdadeiro teatro, energia telúrica, não dá sossego, incomoda, transborda de emoção, não massifica como as emissoras de televisão , principalmente, em dias de domingo. Por aí vão os “sabedores de direito”, os incluídos, os crédulos do consumo. Desta forma as comédias de costumes seriam ejaculação verbais, inúteis. Nelson Rodrigues, denunciador das paixões humanas, seria uma farsa para aqueles que acreditam em experimentos decodificados em loucuras. O certo é saber que depois de Antonin Artaud, os tolos ainda continuam fazendo teatro. Os atores daqui, precisam se desgraçar mais, se desequilibrar. Constituídos em linha, o ator pode e deve fugir para o oco. Ousar. Buscar novos vazios e espaços impraticáveis , não pensados. Depois de Artaud, ninguém é mais o mesmo.