BRASILEIRO CONTRADITÓRIO: Lixo que gera impostos!

Quanta sujeira vi no noticiário de certa rede de TV de canal aberto hoje! Imundice em seu sentido primário mesmo – barro, lama, latas, madeiras com lodos e fungos. O triste desse fato é que a responsável por toda essa sujeira é a população local que, por motivos vários, não se preocupou em colocar todo esse entulho em seu devido local.

Essa pequena fotografia social revela um perfil bastante contraditório em nossos costumes enquanto cidadãos. É bem sabido que a população brasileira é tripudiada com impostos e taxas sem fim. Se for desejo de um dia essa tributação chegar a níveis razoáveis em médio ou longo prazo, é necessário que a atitude para tal fim comece agora. O simples mau costume de jogar lixo na rua acarreta maior trabalho para a administração pública. Pois, se é preciso um ou dois funcionários para manter determinado lugar em condições aceitáveis, a falta de educação da população faz com que esse número aumente significativamente, gerando maiores gastos para o Estado.

Há quem diga que o brasileiro que faz isso não possui educação suficiente para perceber o “Efeito Borboleta” de suas ações. Será mesmo? Indo ao trabalho, determinado dia, tive de desviar de um lixo atirado pela janela de uma motorista que estava lanchando de terno ao volante e achou que o dejeto deveria ser atirado de tal maneira. Sem considerar as infrações do trânsito, podemos perceber que essa mesma pessoa, no início do ano reclama de altos valores de IPTU, IPVA e outros mais. Não será ela mesma a responsável por tão alta cobrança estatal?

A máquina governamental é complexa e toda simplificação de seu funcionamento é susceptível a erros e discrepâncias de resultado. Mas, para fins de esclarecimento, é válido afirmar que a nossa falta de cuidado no convívio social, este em todos os âmbitos, onera em demasia os gastos públicos.

O Governo estuda táticas complexas e cada vez mais e mais investimentos em equipamentos eletrônicos para melhorar a fiscalização dos tributos municipais, estaduais e federais. Se a população tivesse consciência de que o primeiro passo para reduzir seus impostos é não sonegar, seria um grande avanço para conseguirmos índices justos de tributação.

A transferência de valores e responsabilidades tem se mostrado um caminho fácil e utilizado pela população do Brasil. Tomar para si a causa de tornar esse País mais justo e solidário, como reza a Constituição Federal de 1988 (art. 3º, I) em seus objetivos, tem sido iniciativas pontuais cuja soma não significa muito no conjunto social.

Entre o desejo e sua concretização está o ato. Dessarte cabe a cada um dos sonhadores com um Brasil-Justiça fazer por merecê-lo. Não podemos cair na falácia dita que a atitude individual é insuficiente. O Brasil é tão bom quanto o que cada um faz para melhorá-lo. A bola da vez é sua, cidadão, sua parte é integrante do todo e, por fim, indispensável.