ANIVERSÁRIO DE JESUS

Estamos nos aproximando mais uma vez do ciclo Natalino. Quando criança e adolescente considerava o Natal a festa mais linda do ano.

A passagem de um ano para o outro não tanto. Afinal, não muito tarde, compreendi que por trás do componente simbólico de um “renascimento” o que na realidade existia era a mudança do dia 31 de dezembro de um ano, para o dia 1º de janeiro do outro, questão apenas de um número a mais 2005, por exemplo, para 2006.

Nesse processo nada se altera externamente, exceto um artifício internamente infundido em nossa mente, de sensação de animo puramente ilusório. Ao longo de um ano mudamos doze vezes de um mês para o outro, sem que nada especial aconteça. Vamos apenas tocando nossa vidinha, pois um simples incremento no salário muda nossa expectativa por apenas dois ou três meses, logo “tudo volta como dantes no reino de Abrantes.” Assim, nossas ilusões de Novo Ano, novas promessas a nós mesmos, novas perspectivas se acabam e voltamos à realidade daquilo que nos rodeia.

Nossas confraternizações e solidariedades momentâneas, bem como dos governantes, comerciantes e bombardeios midiáticos, logo se diluem, a mídia busca logo outras oportunidades e o “gado” volta ao seu curral observando a continuidade da hipocrisia, fome, guerras, corrupção, crimes, falta de solidariedade e na força da mídia continuamos vivendo nossa “vida de gado, povo marcado, povo feliz” da música de Zé Ramalho.

Natal não! Natal era a festa da Natividade, do Aniversário do Nascimento de Jesus. A missa do galo, os corais evangélicos com suas cantatas da ocasião especial, a ceia, a troca de presentes entre os familiares, pelo menos entre aqueles que cuja renda propiciava este luxo.

As festas de rua apresentavam sempre o pastoril feminino e outros folguedos da época, mesmo os pastoris profanos com o velho sapeca e as pastoras de saia curta, não tirava a beleza da festa.

Natal apresentava um significado mágico, lapinhas eram armadas nas casas, pelo menos dos Católicos e não raro de quem se dizia como tal. Papai Noel já existia, mas nem todos acreditavam nele, até minha adolescência e juventude, ainda não existia o ridículo ho, ho, ho! Jesus era ainda lembrado...

Mas, o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil. Apareceram então as famosas árvores de Natal, cobertas de “gelo” de algodão num país tropical. O progresso caminhava a passos largos, a Televisão chegara na década de 60 e com ela a força da mídia. Papai Noel começou a falar ho, ho, ho. Tomou o lugar de Cristo. O convidado da festa não era mais o aniversariante. Nem em reza, antes do jantar da família. Papai Noel sim! Este era o ilustre convidado. Até alguns pais passaram a se fantasiar desse velho ridículo, os mais abastados alugavam os serviços de um deles.

Por isso Jesus te peço em oração:

Senhor! Não pertenço hoje a nenhuma religião institucionalizada, mas creio em Ti como um grande mestre enviado do alto, como tantos foram enviados para modificar o coração das pessoas.

Tu és especial, tu és a síntese de todos aqueles que vieram antes de Ti. Mesmo que teus ensinamentos muitas vezes em parte deturpados para o interesse de alguns homens, mantêm um cerne maravilhoso para nossos corações.

Que os homens procurem conhece-los um pouco, sem a influência de sacerdotes e/ou pastores ou “mestres” religiosos, que tuas palavras penetrem em nossos corações somente através de tua Força modificadora.

Induzi-nos à solidariedade entre os homens, fazei que tenhamos força para pelo menos amenizar as diferenças e preconceitos existentes.

Propicia-nos a tua paz, primeiro em nossos corações, para que possamos nos tornar disponíveis aos nossos congêneres. Na busca constante de um universo melhor e mais justo.

Que neste Natal possamos celebrar realmente o dia do teu aniversário, que sejas o verdadeiro convidado para participar desta festa dentro dos nossos corações.

Feliz Natal para todos amigos deste maravilhoso Recanto

20.12.2005

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 20/12/2005
Código do texto: T88629
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