Por que o mundo não abre as portas ao Brasil?

Você, caro leitor e leitora, iria em sã consciência impedir que um amigo educado, fraterno, organizado entrasse em sua residência? Você barraria em sua festa alguém que considera especial?

A resposta é não. Certamente você me diria que os amigos têm entrada livre em sua casa, ainda mais se são especiais, educados, fraternos, organizados.

Pois é, mas os brasileiros Pedro Luiz Lima e Patrícia Camargo Magalhães foram barrados no aeroporto da cidade de Madri. A desculpa é de que não preenchiam os requisitos necessários para entrar em países da União Européia. O governo brasileiro obviamente não gostou e rebateu na moeda da reciprocidade, ou seja, logo em seguida impediu que alguns espanhóis adentrassem terras tupiniquins.

Não vamos entrar no mérito da questão se os estudantes portavam documentação ou não, mesmo porque a mãe de Pedro, professora de química Rosaly Silveira da Silva, afirmou que seu filho tinha toda documentação necessária à viagem.

O enfoque do comentário é: a imagem que nós brasileiros transmitimos a outros países.

Se transmitíssemos uma imagem de país sério, correto e honesto fatalmente brasileiros teriam um acesso mais fácil a outros países.

Isto ocorreu porque nosso marketing é fraquíssimo, não sabemos vender “nosso peixe”, temos pouca destreza em passar aos outros nossas habilidades, valores, cultura. Nós brasileiros não nos conhecemos, não sabemos nossos valores. Uma pena!

A realidade é que o mundo vê em nós brasileiros eternos brincalhões que levam a vida sem cogitações mais nobres. Devem pensar: “Preocupação de brasileiro é carnaval e futebol!”

Segundo reportagem da Folha On line, as brasileiras ocupam lugar de destaque na prostituição de alto luxo nas ilhas espanholas. Cerca de 82% das mulheres que se prostituem em casas luxuosas são brasileiras. O homem brasileiro também não fica atrás, aproximadamente 70% dos homens que se prostituem no país são brasileiros.

Com esses dados, inevitável não perguntar:

Qual a imagem que os outros países têm de nós brasileiros?

Por que tantos brasileiros e brasileiras se prostituem fora do país? Será que é porque estamos em uma sociedade que luta pela justiça e prima para espantar a brutal desigualdade social? Obviamente não.

A imagem que fica é a de um país fraco, sem força para cuidar de seus filhos.

Estou exagerando? Creio que não. Em minhas recordações infantis guardo bem a lembrança do personagem Zé Carioca de Walt Disney. Zé Carioca é o típico malandro que não leva nada a sério, adora carnaval e futebol e detesta trabalho. Caloteiro inveterado está sempre fugindo da ANACOZECA (Associação Nacional dos Cobradores do Zé Carioca).

Veja, caro leitor e leitora, é esta mensagem que transmitimos ao resto do mundo. Mas isso precisa mudar, é necessário começarmos desde já a fazer um marketing saudável em favor de nosso país. Destacar seus pontos positivos, investir em tecnologia, desenvolvimento e educação para levantar a auto estima do brasileiro e mostrar ao mundo que temos muito mais do que futebol, carnaval e mulheres bonitas.

A mulher brasileira, se lhe derem oportunidade para o desenvolvimento pode fazer bonito lá fora, pode mostrar a todos que o brasileiro é honesto, trabalhador, bom pagador, inteligente. A mulher brasileira e o homem brasileiro podem e merecem ir além do triste mercado da prostituição em outros países. Podem e merecem ser pesquisadores, astronautas, cientistas, administradores, enfim, podem mostrar ao mundo que aqui há coisas boas além de carnaval e futebol. Mas o plantio deve começar agora, já, para que num futuro próximo as portas do mundo estejam abertas a nós, brasileiros e brasileiras.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 09/03/2008
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