O BEIJO

O BEIJO

A palavra beijo origina-se do latim basiu e tem como sinonímia o ato de tocar com os lábios em alguém ou alguma coisa, fazendo leve sucção, ósculo, contato suave, carinhoso a pessoa que gosta de beijar geralmente é um ser notável pela doçura e (ou) beleza. Mas, não esqueçamos jamais que os não notáveis também beijam. O beijo pode ser considerado uma linguagem do corpo. O local mais procurado e desejado para o beijo é a boca. Os lábios têm diversas nuanças independentes de raça ele causa um frenesi, principalmente em bocas que possuem conotações vermelhas, redondas, desejáveis é como uma flor que se abre e uma fruta quando abrimo-la ao meio. O beijo é prato cheio para os enamorados e podem transformar a ação de beijar em erótica, sagrada, protocolar, carinhosa, falsas e voluptuosas. A ação e o “modus operandis” do beijo varia de conformidade com a cultura de cada nação. O beijo da mãe é sublime, do pai sinônimo de afago, o trocar de beijos no rosto significa amizade.

O beijo que mais marcou a história foi o beijo de Judas Iscariotes, quando entregou Jesus para ser crucificado. Alguns estudiosos citam que o beijo na boca não poderia ser explicado apenas levando em consideração à estética, pois ele está associado também a sua própria história. Não se sabe ao certo sua origem, mas as referências mais antigas datam de 2.500 a.C. registradas nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Existem diversas versões para a prática do beijo que pode ser considerada como erotismo, é mais comumente acontecer e se tornar comum na cultura ocidental, hindu e árabe. O beijo chega a ser tão caliente que já se formou uma expressão vulgar como “beijo de língua” e na realidade a língua não é o órgão que pratica a ação beijoqueira. Em algumas sociedades, o beijo é totalmente desconhecido, como entre os Somali, Cewa, Lepcha e Sirionó. Em outras, o beijo é repugnante, como no caso dos Tongas, do sul da África.

Estes consideram os contatos boca-a-boca revoltantes, devido à possibilidade de troca de saliva. Aí onde mora o perigo, visto que a boca está repleta de bactérias e essas podem transmitir doenças simples e graves dependendo da saúde de quem vai beijar. Vejam: “na cultura dos esquimós, a palavra beijo significa cheirar, por isso, eles esfregam os narizes!. Além deles, os Talmi, Ulithi e Trobriandeses praticam o gesto de roçar os narizes. No nordeste brasileiro, o beijo também tem essa conotação de cheiro. Por incrível que pareça muitos estudiosos se destacaram na metodologia do beijo, citamos: Auguste Rodin, Edvard Munch e Constantin Brancusi, Gérald Cahen e muitos outros. Nos museus do mundo podem ser encontradas obras com cenas de beijos que marcaram a história. Momentos hilários são contados sobre o beijo na Grécia, pois sabemos que nesse local o amor acontecia com normalidade entre homens, visto que a mulher era objeto de procriação.

Em Mégara, no templo de Teócrito (século III a.C.), desenvolveu-se um concurso de beijos reservado aos homens. Aquele que imprimisse os lábios o mais suavemente sobre os do juiz voltava para casa - “carregado de coroas”. O concurso ocorria na tumba de Diocles, guerreiro que havia protegido seu amado durante uma batalha, cobrindo-o com seu escudo, e dando a vida para salvá-lo. Os beijos desses homens imortalizavam a bravura do herói, recompensando-o postumamente. Os homens persas e russos também trocavam beijos na boca, mas somente entre os que pertenciam à mesma classe social. Se um dos homens fosse considerado inferior, o beijo deveria ser dado no rosto. Da mesma forma, entre os romanos era permitido que os nobres mais influentes beijassem-se nos lábios, enquanto os menos influentes deveriam beijar as mãos. O beijo também pode ser desprovido de malícia, principalmente os praticados em novelas, filmes e em peças teatrais. O beijo já está se tornando comum que certos pais beijam seus filhos na boca como sinal de carinho. O beijo nas mãos é sinal de respeito e gratidão. Na Rússia, na França, Escócia, nos Estados Unidos da América do Norte, Grécia, Itália, Brasil os beijos variam de conformidade com a cultura social ou amorosa. Um costume para lá de avançado acontecia na Escócia e era comum os padres beijarem os lábios da noiva no final do casamento, pois essa benção simbolizava a felicidade conjugal. Durante a festa de casamento, as noivas circulavam entre os convidados e beijavam na boca todos os homens, que em troca lhes davam algum dinheiro.

A cultura do beijo veio de nossos antepassados e com o passar do tempo o beijo se torna mais erótico e extravagante, os que se beijam em público chamam a atenção e podem ser alvo de gozação. O nordestino adotou uma forma de tornar o beijo mais saudável e agradável, o beijo com o roçar dos narizes. Um outro tipo de beijo erótico é o beijo olfativo ou beijo-cheiro, em que o nariz é colocado próximo ao do parceiro e então se respira fortemente. Este era um dos beijos que os egípcios usavam na Antigüidade. Pode-se chegar à conclusão de que o beijo pode ser um ato de amor, respeito e pode transformar-se num ato de traição. Olha só a ação dos religiosos no caso do beijo: “Foi a partir do Renascimento que o beijo perdeu sua função oficial e sagrada”. O beijo que antes era tido como um ato de paz entre os fiéis e o clérigo, passou a ter conotação erótica. Atualmente, os fiéis católicos partilham a paz com um aperto de mão. Os únicos beijos sagrados ainda praticados são os do sacerdote durante os atos litúrgicos. Discordamos dessa teoria, pois sagrado mesmo só as coisas de Deus e o beijo de seu filho Jesus Cristo tinha mais sabor divinal do que sacerdotal.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 14/03/2008
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